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POLÍTICA

“Não pode, é vandalismo”, alerta esposa em troca de mensagens com condenado pelo 8 de janeiro

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Matheus Lima de Carvalho Lázaro, morador de Apucarana, no interior do Paraná, de 24 anos de idade, foi condenado a uma pena de 17 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 15,  devido ao seu envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro. As informações são do jornal O Globo.

Durante o julgamento, foram apresentadas gravações de áudio que mostravam as conversas entre o jovem e sua esposa grávida, a qual ele deixou na cidade natal no dia dos ataques.

Matheus viajou de ônibus de Apucarana para Brasília e se juntou a 2 amigos que estavam acampados no Quartel-Geral da capital federal na Esplanada dos Ministérios.

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Na Praça dos Três Poderes, enquanto ocorria a invasão ao Palácio do Planalto, Matheus começou a enviar mensagens para a sua esposa, as quais foram posteriormente anexadas ao processo.

“‘Mô, aqui na televisão está falando que as polícias já estão tudo prontas, já. Daqui a pouco elas vão aparecer aí”, disse a esposa, às 16h05, ao companheiro.

Na sequência, ela envia outra mensagem: “Isso não pode porque já é vandalismo. Aqui está mostrando na televisão as pessoas já quebrando as coisas. Isso não pode porque isso é vandalismo. Não pode entrar quebrando, tipo… É, destruindo até o teto. Aqui na televisão está mostrando. Não pode isso”.

Matheus, então, retrucou: “Que que não pode? É para quebrar, para dar desordem, para o Exército vir, ‘mor’. ‘Mô’, acabou pacificamente, não existe isso”.

Ele prosseguiu: “Tem quebrar tudo, para ter reforma, para ter guerra, amor. Guerra! Para o Exército entrar. Entendeu? A gente tem que fazer isso aí para o Exército entrar, e todo mundo ficar tranquilo. O Exército tem que entrar para dentro”.

Ele ainda pediu à esposa que não acreditasse nas informações da imprensa. “Não vai em mídia de televisão, não, que eles estão totalmente errados. É vândalo, é vândalo mesmo. Acabou o pacífico”, disse.

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Os diálogos entre o casal estão documentados em um laudo da Polícia Civil do Distrito Federal, embora não tenham sido mencionados na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Matheus.

Mesmo assim, esse material foi anexado ao processo e referenciado durante o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. O ministro usou os áudios enviados como evidência de que, ao contrário do que ele alegava, o rapaz de fato tinha intenções golpistas.

Além de Matheus, outros 2 réus também receberam suas sentenças nesta quinta-feira: Aécio Lúcio Costa Pereira, que foi condenado a 17 anos de prisão; e Thiago de Assis Mathar, que recebeu uma sentença de 14 anos de prisão.

 

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