POLÍTICA
No Congresso, bolsonaristas comemoram soltura de Anderson Torres
Após semanas atuando de maneira reativa no Congresso Nacional, a oposição bolsonarista celebrou nesta quinta-feira (11/5) a liberação de Anderson Torres. O ex-ministro da Justiça está preso desde o dia 14/1, no âmbito das investigações sobre possíveis omissões de autoridades durante os atos golpistas ocorridos seis dias antes, em Brasília (DF).
“Anderson Torres será solto graças ao nosso glorioso e magnânimo Alexandre de Moraes. Fico feliz pelo ex-ministro, mas é inacreditável que estejamos vivendo isso. É um dos casos mais emblemáticos de presos políticos do Brasil. Segundo Moraes, não há mais motivos para a prisão preventiva. E quando houve motivo? O único motivo era humilhar e destruir um aliado do presidente Bolsonaro”, comentou no Twitter Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara.
Anderson Torres é ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL). Neste ano, assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal. Quando o ataque às sedes dos Três Poderes ocorreu, ele estava em viagem aos Estados Unidos e foi detido no aeroporto, quando retornou ao Brasil. Sua prisão, desde então, tem sido uma das principais pautas do bolsonarismo contra o Judiciário.
Antes da liberação de Torres, a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava presa a uma agenda reativa, tentando barrar a tramitação do PL das Fake News, reagir ao movimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que lhes tirou uma vaga da CPMI sobre os ataques de 8/1, e instaurar e ocupar a CPI do MST, cuja presidência e relatoria ainda não está garantida.
Nesse sentido, a liberação de Anderson Torres rapidamente se tornou pauta. Inclusive, foi comentada em audiência pública realizada pelos bolsonaristas na Câmara, para discursar contra o PL das Fake News.
“Anderson Torres não se enquadrava em hipótese de prisão preventiva, jamais deveria ter sido preso, mas ainda assim uma boa notícia”, disse o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. “Finalmente Anderson Torres será posto em liberdade. Aplausos efusivos aqui na audiência pública ao ouvirmos essa notícia. Ele usará tornozeleira e deverá ficar afastado do cargo de delegado da Polícia Federal”, completou Bia Kicis.
No Senado, os ex-ministros Rogério Marinho (PL-ES) e Damares Alves (Republicanos-DF) também celebraram a liberação do colega.
Para o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), a prisão “serviu apenas para constranger apoiadores do presidente Bolsonaro, não a toa o Ministério Público Federal reconheceu no início da semana o óbvio, que tanto Torres, tanto o Governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha não facilitaram a ação dos vândalos durante os atos de depredação. Neste cenário turbulento, é uma pequena vitória”.