POLÍTICA
No G20, Lula alerta sobre ameaças de uso da força na América Latina e Caribe sem citar os EUA

Joanesburgo, África do Sul – Durante a Cúpula de Líderes do G20, realizada neste sábado (22) em Joanesburgo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com as ameaças de uso da força na América Latina e no Caribe, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.
Em seu discurso, Lula destacou que os problemas sociais e econômicos históricos da região não serão resolvidos por meio de ameaças de intervenção militar. Ele ressaltou que a falta de atenção às necessidades dos países em desenvolvimento impede o restabelecimento do equilíbrio global e a garantia de uma prosperidade sustentável a longo prazo.
As declarações de Lula ocorrem em um contexto de crescente tensão na região, impulsionada pelos recentes ataques dos EUA a embarcações no Pacífico e no Caribe, sob a alegação de combate ao narcotráfico. Desde o início de setembro, militares americanos realizaram 21 ataques, resultando na morte de 83 pessoas e elevando as tensões com a Venezuela e a Colômbia.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro tem denunciado repetidamente que a ofensiva militar dos EUA é uma tentativa de Washington de derrubá-lo do poder. A ausência do presidente dos EUA, Donald Trump, na cúpula do G20, juntamente com a dos presidentes da China e da Rússia, também gerou atenção.
A cúpula do G20 deste ano tem como foco principal as mudanças climáticas, a agenda econômica e a discussão sobre minerais críticos. Os países membros buscam promover a solidariedade e auxiliar as nações em desenvolvimento a se adaptarem aos desastres climáticos, a transitarem para energias limpas e a reduzirem seus custos de dívida.
O G20 é considerado um fórum crucial para moldar a resposta ao aquecimento global, representando 85% da economia mundial e mais de três quartos das emissões que contribuem para o aquecimento global. Líderes de países como França, Reino Unido, Japão, Alemanha, Brasil e Índia estiveram presentes no encontro.
A expansão militar dos EUA no Caribe e no Pacífico é a maior desde a “Operação Uphold Democracy” no Haiti em 1994, quando os Estados Unidos enviaram dois porta-aviões e mais de 20 mil soldados para o país.









