O grau de irritação do presidente Jair Bolsonaro com o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, aumentou nesta semana, após a estatal reajustar mais uma vez o valor dos combustíveis.
Segundo ministros que dão expediente no Palácio do Planalto, a irritação de Bolsonaro está muito grande, mas ainda não chegou ao ponto de querer demitir o militar do comando da empresa.
“Nada ainda na direção de demissão. Ele (Silva e Luna) está com muito desgaste, mas permanece”, resumiu à coluna um influente ministro com acesso direto ao gabinete presidencial.
Continua depois da publicidade
“Nada ainda na direção de demissão. Ele (Silva e Luna) está com muito desgaste, mas permanece”, resumiu à coluna um influente ministro com acesso direto ao gabinete presidencial.
O preço da gasolina tem uma explicação! Alguns índices são responsáveis pelo valor do litro de gasolina, que é repassado ao consumidor na hora de abastecer.
Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS).
No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a composição do preço nos postos se dá por uma porcentagem em cima de cada tributo.
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveis.
Além do lucro da Petrobras, o valor final depende das movimentações internacionais em relação ao custo do petróleo, e acaba sendo influenciado diretamente pela situação do real – se mais valorizado ou desvalorizado.
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustíve.
O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual.
A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel e 66% sobre gasolina, segundo estudos da Fecombustíveis.
Nesta semana, o presidente da Petrobras esteve no Planalto para discutir a questão do preço dos combustíveis, mas não encontrou Bolsonaro. O militar se reuniu apenas com ministros do governo.
Nesta quinta-feira (10/3), a estatal anunciou reajustes para a gasolina, diesel e gás natural. O preço médio da gasolina teve alta de 18,8%. O diesel, 24,9%. E o GLP teve reajuste de 16,1%.
Propaganda