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RIO BRANCO
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POLÍTICA

Oposição joga isca, fisga base do governo e sessão da Aleac gira em torno de um único tema: perseguição

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“A delegacia da Cidade do Povo é a delegacia da punição”. A frase dita por uma servidora da Polícia Civil do Acre, que denunciou o desabamento do telhado da Delegacia da Cidade do Povo, em Rio Branco, levantou discussões na sessão desta terça-feira (6) da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).

Toda a sessão girou em torno do caso da agente de Polícia Civil, Ecilândia Marques, que após fazer a denúncia, acabou indo parar na corregedoria. A falta de preparo e articulação da base do governo na Assembleia Legislativa municiou a oposição e engrossou o caldo em relação à situação da agente de Polícia Civil.

O deputado estadual Emerson Jarude, durante seu primeiro pronunciamento nesta que foi a primeira sessão ordinária de 2024, acabou pautando toda a sessão que debateu exclusivamente sobre este assunto. Jarude se colocou à disposição de Ecilândia para defendê-la juridicamente e anunciou que protocolou um Projeto de Decreto Legislativo com a finalidade de “sustar totalmente a Portaria da Corregedoria da Polícia Civil, n° 18 de 31 de janeiro deste ano, publicada no Diário Oficial n° 13704 de 01 de fevereiro de 2024, por se tratar de um ato ilegal”.

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Até aí, normal, o projeto seria apreciado e votado, sendo aprovado ou não, correia nos trâmites legais e ponto. Mas, a falta de articulação da base do governo acabou levando a sessão inteira para este debate.

A deputada Michele Mello, que já vinha denunciando problemas na Polícia Civil e especificamente ações do diretor-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, desde o ano passado, se deleitou na falta de preparo da base do governo e engrossou o caldo contra Henrique, e consequentemente contra o governador Gladson Cameli.

“Ano passado nós denunciamos a perseguição e o assédio do delegado geral, fazendo com que muitos agentes da Polícia Civil estejam de atestado médico. Muitos estão afastados da instituição porque, infelizmente, a direção-geral da Polícia Civil não tem cuidado dos seus (servidores) e não tem mostrado real cuidado dos seus. E como nós vimos, através do diário, o Ministério Público anda querendo saber por que a lentidão em algumas investigações que deveriam ser rápidas e céleres pela Polícia Civil. E a perseguição, ela é a única ferramenta utilizada pelo delegado geral nesse quesito”, afirmou Michele.

O deputado Edvaldo Magalhães disse que “a manifestação do Diário Oficial foi perseguidora”. O parlamentar afirmou, ainda, que ao tomar conhecimento do fato, o governador Gladson Cameli não tomou nenhuma providência para sustar o pedido de sindicância.

“Quando ele toma conhecimento de um ato arbitrário, ele tem que agir. Até hoje, não houve nenhuma atitude de mudar o rumo da prosa pelo governador, ou pelos seus secretários. A intenção é essa mesma: enfrentar a crise calando as pessoas. Não se pode enfrentar a crise calando as pessoas”, disse Edvaldo Magalhães.

Edvaldo Magalhães ressaltou que caberá à Assembleia Legislativa fazer a sua parte, aprovando o Projeto de Decreto Legislativo, apresentado pelo deputado Emerson Jarude, sustando a abertura da sindicância.

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O deputado da base do governo, Pedro Longo, ainda tentou defender o governador dizendo conhecer Gladson e ter certeza que o mesmo não tem características de homem perseguidor.

“Tenho certeza que, se (Gladson) fosse consultado, estaria em desacordo com qualquer tipo de ato dessa natureza. Tenho certeza que o governador Gladson não compactua com qualquer ato de perseguição e também sabemos que as corregedorias têm autonomia nos seus trabalhos e tenho certeza que, no caso concreto, haverá de ser encontrada a melhor solução”, frisou Pedro Longo.

Melhor seria se a base tivesse batido o martelo neste discurso de Longo, mas decidiram morder a isca de Jarude e todos se manifestaram e deram mais munição para a oposição. Durante a sessão, teve até deputado que quis responsabilizar a empresa que construiu o prédio da delegacia, que já foi entregue em dezembro de 2018, ou seja, há mais de 5 anos, onde, de lá pra cá, não teve nenhuma manutenção.

Mas a cereja do bolo veio da própria servidora, Ecilândia Marques. Chamada para o centro do plenário, após a sessão ordinária, para ser ouvida pelos deputados, ela disse que “a Delegacia da Cidade do Povo é uma punição para os servidores”.

“Vocês sabem, a Cidade do Povo é chamada de a delegacia da punição, porque é longe, porque é difícil de chegar na Cidade do Povo. Quando eles querem punir, mandam pra Cidade do Povo. Eu já estou na delegacia da punição, o certo agora seria me mandar pra um município, como punição“ disse Ecilândia Marques.

As falas da servidora levantaram discussões dentro da Casa Legislativa e o deputado Tanízio Sá, após destacar que a Policial Civil do Acre é uma das que mais resolve casos em todo país, saiu em defesa dos moradores da Cidade do Povo.

“Quando ela falou que punição é ir para Cidade do Povo, lá são brasileiros também, moram alí mais de 10 mil pessoas, assim como nos municípios, que são irmãos nossos, são brasileiros e precisam do trabalho de vocês (policiais civis) também. Você submeteu-se a um concurso público como servidora do Estado e lá também o Estado está presente. Os trabalhadores do interior são dignos iguais a vocês da capital. Então ir para o interior ou para a Cidade do Povo não é punição, é o trabalho de vocês”, esclareceu o deputado.

Os deputados se comprometeram em analisar a situação e dar os devidos encaminhamentos ao caso específico.

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