Embora a emenda tenha sido pensada, a princípio, para beneficiar Mercadante, ela também abriria caminho para Lula indicar um aliado para a Petrobras. Até agora, o principal candidato à vaga seria o senador Jean Paul Prates, outro nome que, em tese, poderia ser barrado pelo dispositivo agora extinto da Lei.
A queda de quase 10% entra na história da petroleira como a pior desde 20 de fevereiro de 2021. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro decidiu rifar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras, por estar insatisfeito com a disparada da gasolina e diesel e as consequências negativas para a popularidade de seu governo.
No dia em que anunciou oficialmente a saída de Castello Branco, as ações caíram 20%. A debandada dos investidores se deu pelo mesmo motivo de agora: o risco de ingerência política sobre o comando da Petrobras.
O agravante do quadro atual é que os governos petistas têm um longo histórico de interferência sobre as estratégias da empresa. Para além de todos os casos de corrupção investigados no âmbito da Lava-Jato, a Petrobras custeou uma política de represamento de preços em uma época em que a cotação do petróleo estava em alta no exterior.
Durante a segunda gestão de Dilma Rousseff, a petroleira tirou dinheiro do caixa para comprar combustíveis no mercado internacional a um preço elevado e, então, revender para os postos brasileiros por um preço menor.
O subsídio indireto teria custado algo como R$ 100 bilhões para a Petrobras – recursos que poderiam ter sido investidos no crescimento da empresa, na cadeia de petróleo e até revertidos como lucro para o próprio governo, que é o maior acionista da empresa.