POLÍTICA
Políticos do Acre que um dia estiveram no auge do poder foram barrados em 2022
As urnas das eleições no último domingo (2) foram de certa forma cruéis com políticos que um dia estiveram no poder e que, depois de terem sido mandados de volta para casa ao perderem eleições em outras disputas, em 2022 ensaiaram o retorno, mas, mais uma vez, não tiveram sucesso.
Pelo menos cinco desses candidatos que um dia estiveram nos píncaros do poder, estão de volta ao ostracismo da política após às eleições de domingo. Alguns, apesar da derrota, anunciam que dentro de dois anos, nas eleições municipais de 2024, estarão candidatos de novo.
Entre eles está o ex-deputado Manuel Machado, que começou a vida política como vereador em Tarauacá e em seguida, a partir de 1982, teve cinco mandatos de deputado estadual. Nesses 20 anos, chegou à presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) e, nesta condição, exerceu o governo do Acre por pelo menos menos 40 dias, em duas vezes, em 1987 e 1988.
Em 2022, o ex-deputado que tentava pavimentar seu retorno à Aleac pelo Solidariedade, obteve exatos 509 votos correspondente a 0,12% dos votos válidos.
Faltaram, ao que tudo indica, os votos do fã clube feminino que, nos tempos áureos de Manuel Machado como cantor e guitarrista, fazia imitações rocambolescas do “rei” Roberto Carlos, cantando a música “Sou Um Negro de Arrepiar…”. Sobrou para ele, a partir da derrota, o trecho da música em que o Negro Gato diz que leva uma vida de amargar.
O outro, tão famoso quanto o ex-deputado, é o ex-vereador Manoel Waldir Teixeira, o “Cabide”, que foi vereador de Rio Branco no período de 2008 a 20012. Após aquela vitória, que veio depois de seguidas tentativas em eleições anteriores, tentou voltar ao poder várias vezes e nunca amais conseguiu.
Agora em 2022, o ex-vereador que um dia chegou a bater nas urnas o ex-vice-prefeito e ex-vereador de Rio Branco Márcio Batista, obteve míseros 10 votos. Faltou a ele, ao que tudo indica, os votos de protestos, principalmente de estudantes universitários de universidades particulares que, em 2008 descarregaram uma gigantesca votação no minúsculo e raquítico “Cabide”, um homem de 60 anos de idade de 1m40 de altura e que pesa no máximo 50 quilos, cujos discursos ainda precisam de alguma tradução.
Fisicamente avantajado, mas com as caraterísticas intelectuais de “Cabide”, está o ex-vereador Claudionor Magalhães de Souza, o “Peninha”. Sobrinho do então governador Romildo Magalhães, nas eleições de 1992, foi eleito o vereador mais votado da Capital Rio Branco e, em 1994, foi cabo eleitoral decisivo na eleição do irmão Carlos Ayrton Magalhães, eleito na época o mais votado deputado federal pelo Acre.
É, portanto, o último representante de uma tradicional família que se afastou do poder por tragédias (Carlos Ayrton se suicidou em 2005) e pela ação do tempo (Romildo Magalhães, envelhecido, não quer mais saber de política).
Candidato a deputado em 2022, Peninha Magalhães, o homem que um dia foi o vereador mais votado da Capital, obteve exatos 36 votos. O quarto nome desses políticos dos quais o eleitorado já não quer lembrar – pelo menos deixou claro nas últimas eleições – é o também ex-vereador Carlos Uyeno, outro que ao tentar voltar ao poder, obteve pouco mais de 300 votos.
Juracy Nogueira, ex-último presidente da Câmara Municipal em 2017, quando chegou a ser prefeito em exercício da Capital, um dia anunciou que deixaria a política em definitivo mas quebrou a promessa e agora em 2022 tentou voltar como candidato a deputado estadual pelo Patriotas, mesmo partido de Peninha Magalhães. Também foi derrotado.