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POLÍTICA

Primeiro debate do 2º turno tem Boulos e Nunes trocando acusações sobre culpa por falta de energia em SP

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O debate promovido pela TV Bandeirantes com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, na noite desta segunda-feira, 15, foi dominado pela temática apagão, que afetou mais de um milhão de residências na cidade. Sem apresentar propostas, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL)  se limitaram a trocar acusações sobre a culpabilidade e repetir o mesmo discurso utilizado desde a última sexta-feira, 11.

Reiterando o que já havia expressado em entrevistas e propagandas eleitorais, o candidato do PSOL culpou Nunes pela falta de poda de árvores na capital, enquanto o prefeito e candidato à reeleição tentou atribuir a responsabilidade pelo problema ao governo federal, que apoia o adversário.

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Logo que chegou ao evento, Boulos já sinalizou que o apagão em São Paulo seria o foco central do debate. “500 mil pessoas não conseguirão assistir porque estão sem luz em casa há três dias”, afirmou ele. O candidato também refutou que o problema seria culpa do governo federal, dizendo que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está sendo comandada por alguém indicado por Jair Bolsonaro (PL), aliado de Nunes. “É o Lula quem tem que vir podar árvore em São Paulo?”, ironizou.

O debate teve início com questionamentos sobre como resolver o problema da falta de energia na capital paulista. Boulos começou sua fala apontando dois principais responsáveis pelo apagão em São Paulo: a Enel e o prefeito Ricardo Nunes. Ele afirmou: “Não fez o básico, o elementar, o dever de casa: poda de árvore”.

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Em seguida, o deputado começou a se movimentar pelo estúdio, aproximando-se de Nunes e questionando-o diretamente sobre a responsabilidade pela poda das árvores, insistindo repetidamente na questão enquanto encarava o adversário. Inicialmente, o prefeito permaneceu no púlpito e desviou o olhar para a câmera, mas logo decidiu se aproximar e dialogar mais de perto com o candidato do PSOL.

Nunes rebateu afirmando que Boulos não leu o contrato com a Enel e desconhece as responsabilidades de cada órgão público na situação. Ele também perguntou ao deputado sobre suas ações na política, indagando: “O que você fez como deputado foi defender Janones e passar pano para a Aneel?”.

Após esgotar o tema do apagão, Boulos decidiu trazer à tona um suposto cheque que teria sido depositado na conta do prefeito, relacionado a uma investigação da Polícia Federal. O inquérito investiga o desvio de verbas públicas destinadas à educação infantil, especificamente o atendimento de crianças de 0 a 3 anos. Em seu relatório, a PF caracteriza o caso como um “complexo esquema de desvio de valores públicos, incluindo verbas federais, que estaria sendo realizado por Organizações Sociais e Mantenedoras de Centros de Educação Infantil e creches que prestam serviços para a Prefeitura de São Paulo”.

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Nunes negou qualquer envolvimento na situação e provocou Boulos, afirmando: “Faço dois mil serviços por dia; é que você não sabe o que é trabalhar, né?” enquanto sua equipe ria. Boulos respondeu com uma crítica à gestão do prefeito, dizendo: “Nesse dia você falar de trabalho?”, em referência a falta de resolução ao apagão em São Paulo, enquanto sua equipe aplaudia. Eduardo Oinegue, o mediador, teve que intervir para alertar as equipes de campanha de ambos os candidatos, pois era proibido que elas se manifestassem durante o debate.

Outros blocos seguiram carentes de propostas

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Nos outros blocos do debate, Boulos e Nunes continuaram a discutir temas como segurança, habitação e saúde, mas trouxeram poucas propostas concretas. Ambos abordaram a situação das pessoas em situação de rua e trocaram farpas. Nunes destacou as ações que realizou, enquanto Boulos o criticou, afirmando que suas iniciativas foram insuficientes. “Não há canil dentro de locais que acolhem sem-teto, e muitos moradores de rua têm animais”, ressaltou Boulos, que também desafiou Nunes a conhecer os empreendimentos do Movimento Sem Teto, que, segundo ele, “dá casa para pessoas”, e são “muito melhores do que os que o prefeito faz”.

Na discussão sobre segurança, Nunes falou sobre a contratação da Guarda Civil Metropolitana (GCM), enquanto Boulos questionou o fato de que o efetivo de guardas na cidade é menor do que o do Rio de Janeiro. “Você aconselha a população a andar com celular na rua?”, indagou Boulos. Nunes desviou da pergunta ao afirmar: “Quem defende a desmilitarização não tem condições de falar de segurança”. O prefeito, que vem buscando usar a imagem do governador Tarcísio de Freitas, seu apoiador, fez menções a ele durante a debate.

Em um momento provocativo, Nunes declarou: “A rejeição dele fez ele entrar no modo desespero”, referindo-se ao fato de estar à frente de Boulos nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno. Boulos, por sua vez, criticou a postura do prefeito: “Ricardo Nunes mostra que o prefeito pode ser fraco e ao mesmo tempo arrogante. Olha o tamanho da arrogância dele por estar à frente das pesquisas. Achar que já ganhou e tratar as pessoas com desprezo”.

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Em um momento de troca de farpas, Nunes saiu do púlpito e criticou Boulos, que se aproximou e o encarou. O prefeito perguntou ironicamente se Boulos estava bem, provocando risadas entre ambos enquanto tentava escapar da pressão sobre a investigação dos cheques e a abertura de seu sigilo bancário. “Você não vai me intimidar porque eu vim da periferia”, disse Nunes, colocando a mão no ombro de Boulos.

Em várias ocasiões, Boulos questionou se Nunes aceitaria abrir seu sigilo bancário. O prefeito respondeu: “Se você quer ser policial, preste concurso, porque prefeito você não vai ser.” A troca de provocações continuou, com Boulos reafirmando: “Você topa abrir o seu sigilo bancário amanhã?” A resposta de Nunes foi: “Sou cristão, temente a Deus, minha vida é de correção.”

 

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