POLÍTICA
Promotor Lincoln Gakiya diz que só deixaria o país com asilo político após plano do PCC para matá-lo

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya afirmou nesta sexta-feira, 24, que só deixaria o Brasil caso obtivesse asilo político, após vir à tona um novo plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para assassiná-lo. O Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram, nesta manhã, uma operação contra a célula da facção responsável por planejar ataques a autoridades.
A declaração foi feita em entrevista à CNN. O promotor afirmou que pretende continuar no país desde que tenha condições de segurança e defendeu uma proteção mais ampla daqueles que combatem o crime organizado.
O promotor é considerado um dos principais alvos do PCC há mais de duas décadas, por sua atuação no combate à facção dentro do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo as investigações, os criminosos chegaram a alugar uma casa a 900 metros do condomínio onde ele mora, em Presidente Prudente, e usaram drones para vigiar sua residência.
“Eu tive minha casa vigiada por drones. Havia uma casa próxima ao meu condômino que foi utilizada como base para monitorar minha rotina. Foram encontrados diversos prints de tela com o trajeto que eu utilizo diariamente para me deslocar para o Ministério Público, e também algumas rotinas, como academia. Elas foram remetidas para o setor que eles denominam de Sintonia Restrita do PCC”, disse à GloboNews.
O grupo monitorava também o diretor de presídios Roberto Medina, responsável por penitenciárias da região oeste de São Paulo, onde estão presas as principais lideranças da facção. De acordo com o MP, os criminosos chegaram a fotografar o carro da esposa de Medina e coletaram informações detalhadas sobre os trajetos e locais frequentados por ambos.
Durante a coletiva, Gakiya afirmou que o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado em uma emboscada na Praia Grande, fazia parte da mesma ordem da facção. “Provavelmente faz parte do mesmo salve, de uma mesma ordem, que culminou com a morte, infelizmente, do Dr. Ruy Ferraz Fontes. Nesse mesmo salve havia a ordem para me matar e matar o Dr. Roberto Medina também”, disse.








