POLÍTICA
Queda de braço entre governo e Red Pontes mantém terceirizados sem pagamento
Conforme informado durante entrevista na noite da última terça-feira, 19, pelo secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, e também pelo gerente da Empresa Red Pontes, José Gabriel, uma reunião foi realizada na noite desta quarta-feira, 20, para traçar medidas a fim de resolver definitivamente o problema da falta de pagamentos para os funcionários terceirizados que prestam serviços nas unidades de saúde do estado.
Pelas informações repassadas por ambas as partes, essa novela ainda está longe de ter um final feliz.
Um dos assessores do secretário de Saúde, José Augusto Ayache, informou à equipe de reportagem por telefone sobre o que foi decidido na reunião. Ele disse que é total interesse do governo resolver esse impasse, mas que, para isso, são necessárias algumas certidões a serem apresentadas pela empresa. Desta feita, foi solicitado mais um prazo para os servidores, assim como solicitado da empresa a resolução dessa questão, para poder efetuar os repasses pendentes. Porém, parte de um repasse que estava pendente já será liberado amanhã, 21, e deve amenizar a situação dos trabalhadores.
“Sobre um restinho de pagamento que tinha de junho, já está sendo pago. Amanhã a gente já paga outro restinho, mas eu acho que esse pagamento só vai dar pra pagar as férias do pessoal. Mas, sobre o pagamento de agosto, a gente tem que encontrar uma solução, mas vamos buscar uma solução. Amanhã a gente já senta de manhã pra gente buscar uma solução, pra ver se sexta-feira a gente já tem uma solução, um prazo aqui predeterminado pra a gente passar pra essas pessoas. E eu reitero que é de todo o interesse do governo, do secretário, todo o interesse do Estado, a gente não vê essas pessoas sem o devido pagamento”, explicou Ayache.
O gerente da empresa Red Pontes, José Gabriel, também conversou com a equipe do Na Hora da Notícia, porém, além de confirmar as palavras do assessor, ele levantou outras questões pendentes, sobre as quais o governo não se manifesta.
“Foi confirmado lá pelo secretário que foi pago as notas do restante, das notas de julho. Com esses valores, eu consigo amenizar a situação, mas não consigo fazer o pagamento de todos os funcionários, tendo em vista que é um valor a menos, e a folha de pagamento é grande, bastante onerosa”, explicou Gabriel.
Na oportunidade, ele destacou outros pontos importantes, os quais não se comenta do lado do governo, já que falam apenas das certidões que faltam por parte da empresa.
“Existem duas situações a serem também observadas e resolvidas. A primeira é acerca da repactuação. Já solicitamos, já fizemos o pedido de repactuação mas ainda não foi realizado, não foi ainda efetivado. Esse pedido de repactuação é porque nós estamos trabalhando no contrato de forma defasada. Material aumenta, porque o nosso contrato não é só de mão de obra, também de fornecimento de material para as unidades de saúde, como papel higiênico, papel toalha e todas essas situações. A gente tá pagando, por exemplo, de acordo com acordo coletivo para o funcionário, mas nós não estamos recebendo de acordo com o valor que nós estamos pagando. Por isso que tem que haver um equilíbrio financeiro econômico”, diz Gabriel, que continua explicando uma outra situação, também pendente, que está dificultando a vida financeira da empresa. “A outra situação é que nós passamos, no final do ano passado, trabalhando sem o devido contrato no interior do Estado. Trabalhamos de outubro até o mês de março, sem o devido contrato, porque não tinha ainda uma finalização etapa 3 da licitação, porque foi dividido em lote, só para você poder entender, a etapa 1 e a etapa 2 foi resolvida, e a etapa 3 que é a situação do Juruá, que nós tínhamos funcionários lá também, não recebemos ainda. Esse valor já foi aprovado pela PGE, o recebimento desses valores, e a gente ainda não recebeu. Então esses valores que vem ajudar a ter uma situação de forma saudável financeira para empresa né?”, concluiu o gerente.
Trocando tudo em miúdos, os funcionários devem receber apenas parte de seus dividendos, não tendo previsão para receber o restante. O governo e empresa garantem que estão unidos para resolver o problema. Só falta o governo pagar o que ainda deve e a empresa se regularizar para emitir as notas referentes aos serviços já prestados, para assim também poder receber e consequentemente repassar para seus funcionários.