POLÍTICA
“Quem agride mulher e quem não denuncia são covardes”, diz secretário
Com a camiseta da campanha do Governo do Distrito Federal #NãoAoCovarde, o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, disse que agressores de mulheres e as pessoas conhecedoras da violência que a vítima tem sofrido, mas não denunciam, são todos covardes.
“É muito triste pegar tantos casos e, durante as investigações, descobrir que aquela moça vinha sendo agredida ao longo dos meses e até anos, mas ninguém se posiciona, ninguém a protege e nem sequer denuncia que ela vem sendo vítima de violência”, afirmou, em entrevista ao Metrópoles nesta quarta-feira (6/9).
O DF registrou 25 casos de feminicídio em 2023, até o momento. Uma outra situação, inicialmente registrada como suicídio, também está sendo investigada como provável feminicídio, de acordo com o secretário.
Avelar disse que o governo pretende reduzir o número de feminicídios a zero, mas reconhece que o trabalho é difícil e exige mudança cultural.
“Enquanto houve um feminicídio, nós vamos estar trabalhando para que não aconteça nenhum. Mas, para isso, é preciso uma mudança de cultura. É preciso que a gente comece, na mais remota infância, começando pelas nossas crianças, para que entendam que o menino tem que respeitar a menina e não pode ser aceito com naturalidade qualquer ato de agressão, seja verbal, seja física”, afirmou.
Segundo o secretário, que é delegado da Polícia Federal (PF), os números do feminicídio e a experiência de investigação comprovam que o ciclo de violência contra a mulher começa com xingamento e agressão leve. “Lá no final, vai acarretar lá no feminicídio, que é o ápice da violência que a gente não pode jamais admitir.”
“Quando a gente diz ‘diga não ao covarde’, é aquele que agride a mulher. Pode ser adolescente, jovem, adulto e velho, mas é um covarde. Quem agride mulher é covarde. E quem, sabendo que há o caso de uma mulher que está sendo agredida e não se manifesta, não ajuda, não socorre e não denuncia, também é covarde”, disse.
O secretário enfatizou que “temos de mudar a cultura, infelizmente alimentada ao longo da história do país, de que em briga de marido e mulher não se mete a colher”: “Isso é um erro”.
Veja trecho da entrevista sobre feminicídio: