Quem é TH Joias, deputado estadual do Rio preso por vender armas para facção

Filho de vendedor de ouro e líder comunitário, o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva,o TH Joias (MDB-RJ), de 35 anos, foi preso em uma operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) com a Polícia Civil nesta quarta-feira, 3.

Nascido no Morro do Fubá, comunidade na Zona Norte do Rio, Thiego entrou na política ao se aproximar de Marcos Falcon, ex-presidente da Portela, que concorria a vereador quando foi assassinado dias antes da eleição de 2016. A morte do amigo incentivou Thiego a ser mais ativo na comunidade.

Ele fez carreira como joalheiro vendendo suas criações vistosas para funkeiros, jogadores de futebol e artistas. As grossas correntes de ouro com pedras preciosas e pingentes de mais de três quilos caíram nas graças de Neymar, Vini Jr, Adriano Imperador, Ludmilla e MC Poze do Rodo.

Política

Na eleição de 2022, ele ganhou 15.105 votos. Thiego chegou à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) como suplente do MDB, na vaga que antes era ocupada pelo deputado Otoni de Paula Pai, falecido em maio do ano passado.

Ele já havia sido condenado a 14 anos, 11 meses e 22 dias de prisão em 2022, pela Justiça do Rio de Janeiro. Em 2017 e 2018, ele passou quase 10 meses preso, e só assumiu o cargo de deputado estadual em 2024, após a defesa apresentar um habeas corpus que permitiu apelar da sentença em liberdade.

Entre os processos, o joalheiro é acusado de lavagem de dinheiro para várias facções criminosas. Ele também responde por corrupção ativa e organização criminosa. No entanto, TH Joias sempre alegou ser inocente.

Preso em operação

Preso nesta quarta-feira, 3, Thiego Raimundo dos Santos Silva é acusado de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e venda ilegal de armas para a facção criminosa Comando Vermelho. Ele foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca.

O deputado TH Joias estaria usando seu mandato para beneficiar o crime organizado, colocando em seu gabinete pessoas ligadas aos crimes, além de atuar diretamente na compra e venda de drogas e armas em locais dominados pelo CV no Rio.

As empresas ligadas ao parlamentar eram usadas para lavagem de dinheiro da facção. A operação também teve como alvos os assessores do deputado, traficantes e outros, somando 18 mandados de prisão e outros 22 de busca e apreensão.

O Terra tenta localizar a defesa do parlamentar. O gabinete dele ainda não se manifestou.