POLÍTICA
Ramagem diz que condenação no STF é “perseguição política”

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado a 16 anos e um mês de prisão por tentativa de golpe de Estado, publicou, entre essa sexta-feira (12/9) e este sábado (13/9), uma série de vídeos que, segundo ele, explicam os “absurdos” do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) e a “perseguição política” que sofre.
Os ministros da Primeira Turma do Supremo também decidiram pela perda de mandato de Ramagem e o pagamento de 50 dias-multa (um salário mínimo por dia).
Na primeira publicação, o deputado argumenta que a delação do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, não o cita.
“Todos sabem que a delação do Mauro Cid, que foi a base, foi a espinha dorsal de toda essa ação. Agora, você sabia que o delator Mauro Cid não me citou uma única vez em toda a delação? E eu estou no núcleo crucial do golpe, sem nenhuma menção minha a nada pelo delator”, disse.
De acordo com Ramagem, ele sofre “perseguição política”.
“Mais uma distorção de fatos e provas, de tantas presentes em cada ponto desse processo, nada jurídico, mas evidente perseguição política. A contradição é evidente. É tudo uma farsa, perseguição política clara e indisfarçada”, declarou.
Trechos do voto do ministro Luiz Fux foram adicionados aos vídeos. O magistrado defendeu que Ramagem não teve envolvimento na trama e seguiu a tese da defesa, que argumentou que as atividades da organização criminosa se perpetuaram até 8 de janeiro de 2023, momento em que o deputado federal já havia sido diplomado de seu cargo na Abin.
Durante investigação da Polícia Federal (PF), foram encontrados documentos sobre fraude em urnas eletrônicas no celular e computador de Ramagem. Durante interrogatório no Supremo em julho, o deputado afirmou que tais arquivos eram pessoais e que nunca os enviou para ninguém. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que o documento foi criado em 10 de julho de 2021 e modificado em 27 de julho do mesmo ano.
