Relatório da PF aponta movimentações financeiras atípicas de Bolsonaro e familiares

Um relatório da Polícia Federal (PF), baseado em dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou mais de R$ 30 milhões em suas contas bancárias no período de um ano. A PF também identificou movimentações financeiras suspeitas de Michelle e Carlos Bolsonaro .

Entre 1º de março de 2023 e 7 de fevereiro de 2024, as contas de Bolsonaro registraram R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos. Mais de 60% dos valores recebidos foram via Pix, totalizando R$ 19,2 milhões através de 1,2 milhão de transferências. A PF também constatou que mais da metade dos débitos, cerca de R$ 18.325.000,00, foram destinados a aplicações em CDB/RDB, concentradas em seis lançamentos.

Os principais destinatários das transferências de Bolsonaro foram escritórios de advocacia, que receberam um total de R$ 8.954.571,09. Os escritórios de Paulo Amador e Daniel Tessler receberam R$ 3,3 milhões cada. Outros destinatários incluem Eduardo Bolsonaro (R$ 2.139.000,00) e Michelle Bolsonaro (R$ 2.070.100,00).

Michelle Bolsonaro movimentou R$ 2.972.796,45 a crédito e R$ 3.370.447,24 a débito entre 1º de setembro de 2023 e 22 de agosto de 2024. A maior parte dos créditos veio da empresa MPB BUSINESS LTDA (R$ 1.973.200,00) e do Partido Liberal (R$ 381.936,65). Carlos Bolsonaro movimentou R$ 4.859.014,37 a crédito e R$ 4.868.533,15 a débito no mesmo período. As movimentações a crédito incluem R$ 1.368.062,77 de mesma titularidade e uma transferência de R$ 700.000,00 de Mario Pimenta de Oliveira Filho .

A CPMI dos Atos de 8 de Janeiro também identificou que o “entorno” de Jair Bolsonaro movimentou mais de R$ 26 milhões entre 2020 e 2023. O ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, movimentou mais de R$ 13,5 milhões, enquanto outro ex-assessor, Luis Marcos dos Reis, movimentou cerca de R$ 5 milhões .

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, declarou que os R$ 19,2 milhões recebidos por Bolsonaro via Pix podem ser bloqueados se houver suspeitas de transações anormais. A análise dos dados bancários está em curso .