POLÍTICA
Ricardo Nunes se irrita com pergunta feita por repórter em caminhada: ‘Desrespeito’
Candidato à reeleição pela Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) ficou irritado com uma pergunta feita por um repórter na tarde desta quinta-feira, 10, durante um evento de campanha na região de Taipas, zona noroeste de São Paulo.
Em clima de animação, o atual prefeito chegou acompanhado de aliados à caminhada pelo comércio da região. Em conversa com a imprensa, Nunes comentava sobre a participação em debates eleitorais quando um repórter, que o Terra não conseguiu identificar porque estava sem crachá, questionou o prefeito.
O jornalista afirmou que, segundo supostas fontes, a Prefeitura de São Paulo estaria em negociação com alguns canais de TV, sem citar quais, para que não ocorram debates, envolvendo negociação de cotas de publicidade.
“O senhor teria informação sobre isso? De que estaria ali em jogo, no caso da sua vitória, uma redução de cotas publicitárias da prefeitura?”, perguntou o jornalista. “Ah, pelo amor de Deus, né, cara. Vamos pra pergunta certa”, rebateu o prefeito.
“O senhor não nega?”, questionou o repórter novamente. “Ah, ‘meu’, para de conversa. É um desrespeito o que você está fazendo com o prefeito de São Paulo e com seus colegas. Você está falando besteira e está me acusando de algo que não pode fazer”, respondeu Nunes.
Em seguida, a campanha de Nunes considerou a pergunta como “uma forma de denúncia inapropriada”.
O atual prefeito, que herdou cerca de 84% do eleitorado de Marçal, também voltou a defender que os meios de comunicação se unam para realizar uma menor quantidade de debates, no máximo três, alegando que essa seria a tradição das campanhas eleitorais em São Paulo. Ele confirmou ainda que irá participar do debate promovido pela Band, pois a emissora “tem tradição” de realizar o primeiro debate de ambos os turnos.
Nunes também explicou a fala sobre aceitar indicações políticas de Jair Bolsonaro (PL) feita durante a sabatina na Record TV. “Se ele [Bolsonaro] indicar o Paulo Guedes como secretário da Fazenda, está aceito”, disse ele sobre o cargo atualmente ocupado por Luis Arellano, que recebeu elogios do prefeito. “É procurador de carreira, formado em Matemática e Direito. É um grande secretário da Fazenda, mas o Paulo Guedes é muito bem-vindo”, completou.
Aos jornalistas, Nunes afirmou que está aberto a receber sugestões, mas ressaltou que detém a palavra final sobre nomeações. “Foi no contexto de demonstrar que eu não estou fechado a receber [sugestões]. Só que a decisão do secretário vai ser minha. Eu vou ser cobrado pela população, portanto a responsabilidade é minha”, disse.
O candidato do MDB voltou a apostar num suposto extremismo e falta de experiência do adversário, Guilherme Boulos (PSOL).
“Aqui é o equilíbrio, lá [Boulos] o extremismo, aqui a ordem, lá a desordem. Em uma cidade de 12 milhões de habitantes, é preciso ter experiência. Do nosso lado, experiência, do outro lado, zero experiência”, disse Nunes em conversa com a imprensa. “Só no segundo turno, o Guilherme Boulos já foi condenado quatro vezes por falar mentira sobre a minha pessoa, sobre a minha família. Parece que ele não aprendeu nada com aquilo [laudo falso] que o Pablo Marçal”, finalizou.
Ricardo Nunes disputa o 2º turno das eleições municipais de São Paulo no próximo dia 27 contra Guilherme Boulos. Os dois cumprem agendas de campanha em várias regiões da capital.
Pesquisa Datafolha
A primeira pesquisa do segundo turno das eleições, realizada pelo Datafolha e divulgada nesta quinta-feira, aponta que o atual prefeito e candidato à reeleição lidera com 55% das intenções de voto; Guilherme Boulos (PSOL) aparece com 33%.
Apesar de Pablo Marçal (PRTB) ter comunicado na quarta-feira, 9, que não apoiará a candidatura de Nunes neste segundo turno, de acordo com o Datafolha, entre os eleitores que apoiaram o candidato do PRTB no primeiro turno, 84% afirmam que agora votarão no atual prefeito, enquanto apenas 4% optam por Boulos.
Já entre o eleitorado de Tabata Amaral (PSB), a pesquisa aponta que 35% demonstram preferência pelo atual prefeito, enquanto 50% pretendem apoiar o candidato do PSOL.