POLÍTICA
Salários cortados, contas altas: Gabinetes de Ramagem, Zambelli e Eduardo Bolsonaro custam R$ 400 mil mensais

Deputados Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro continuam custando cerca de R$ 400 mil por mês, apesar de terem seus salários e cotas parlamentares suspensos pela Câmara dos Deputados. Embora os salários tenham sido cortados, os gabinetes desses parlamentares permanecem ativos, gerando despesas aos cofres públicos.
Cada parlamentar tem direito a uma cota de aproximadamente R$ 133 mil, destinada à contratação de até 25 funcionários com salários que podem chegar a R$ 18 mil cada. No entanto, os três parlamentares atualmente mantêm um total de 27 funcionários em seus gabinetes, o que resulta em um custo mensal estimado em torno de R$ 400 mil.
Situação de Ramagem, Zambelli e Eduardo:
-Alexandre Ramagem:
-Condenado pelo STF a 16 anos e um mês de prisão por envolvimento em uma trama golpista.
-Seu último salário, pago em setembro, foi de aproximadamente R$ 46 mil.
-Ainda recebeu valores de cota parlamentar em outubro (R$ 20.848,29) e novembro (R$ 230,00).
-A cota serve para despesas do mandato, como aluguel de escritório, passagens, alimentação e transporte.
-Carla Zambelli:
-Teve salários pagos até maio, após ser presa na Itália em julho, fugindo pelos Estados Unidos.
-Em junho, o STF decretou sua prisão definitiva, para início do cumprimento da pena por falsidade ideológica e invasão de sistema do CNJ.
-Eduardo Bolsonaro:
-Recebeu salários até julho, com pagamento integral até março, período em que se licenciou por 120 dias.
-Em julho, recebeu apenas R$ 0,03 de cota parlamentar, e em agosto, R$ 1,00 de valores residuais.
-Ainda não possui condenação pelo STF, mas foi denunciado por articular sanções ao Brasil.
Sobre a perda de mandato:
Apesar das condenações ou irregularidades, os três só poderão perder o mandato ao atingirem o limite de faltas permitidas, que corresponde a um terço das sessões do plenário. Essa situação só deve ocorrer em 2026, seguindo a regra da Casa. Diferentemente do entendimento do STF, o processo legislativo exige análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e votação no plenário para a perda do mandato, sendo a ausência justificada uma possibilidade de evitar a perda.
Apesar da suspensão salarial e de cortes na cota, Ramagem, Zambelli e Eduardo continuam mantendo gabinetes ativos, com custos elevados para o contribuinte. A permanência desses gabinetes, embora legalmente prevista até a definição do mandato, reforça a complexidade do sistema político brasileiro na gestão de parlamentarismos sob condenações ou irregularidades.









