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POLÍTICA

‘Se ele não quiser comprar, a gente vai vender na China’, diz Lula sobre diálogo com Trump

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Lula participou de evento em São Paulo Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA / Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a comentar na manhã desta sexta-feira, 10, o diálogo com Donald Trump, e afirmou que, se o presidente dos Estados Unidos não quiser negociar, o Brasil vai vender os produtos nacionais em outros países do mundo, como na China.

“A nossa orientação aqui, eu tinha o [Geraldo] Alckmin negociando, o [Fernando] Haddad, o Mauro Vieira, eu disse: ‘A gente não vai ficar chorando leite derramado, não’. Se ele não quiser comprar, a gente vai vender na China, vai vender na Ásia, em qualquer país do mundo”, disse Lula durante cerimônia de anúncio do novo modelo de crédito imobiliário, realizada em São Paulo.

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O presidente também declarou que “não dá para ficar dependendo de um país ou de outro” e que “no mundo ninguém respeita quem não se respeita”. “Se você acha que lamber botas ajuda, vai cair do cavalo. As pessoas respeitam quando elas percebem que você é uma autoridade moral, tem caráter”, comentou.

Ainda sobre a videochamada com o presidente americano, Lula contou que os dois estabeleceram uma “relação que nunca deveria ter sido truncada”. “Porque eu nunca tratei o presidente de outro país ideologicamente. Quem tem que o tratar ideologicamente é o povo que o elegeu. Eu não, tenho que tratá-lo com respeito de alguém que foi eleito.”

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“O Brasil não tem interesse em brigar com os Estados Unidos.” E se a gente brigar, o que a gente vai fazer? Então, é melhor não brigar. É melhor sentar na mesa, conversar um pouquinho”, acrescentou.

O chefe do Executivo ainda afirmou que os dois não podem passar discórdia e desavença para o restante do mundo. “Precisamos passar harmonia, precisamos conversar. Não tem tema proibido para conversar comigo. Sou corintiano, mas tenho muito amigo palmeirense. Não tem nada mais fanático do que um palmeirense, mas eu o trato bem”, brincou o presidente.

A videochamada entre Lula e Trump aconteceu no início da semana e marcou o primeiro contato direto entre os líderes desde um breve encontro em Nova York.

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Viagem de Lula a São Paulo

Lula viajou à São Paulo nesta sexta para participar da cerimônia de anúncio do novo modelo de crédito imobiliário. O presidente chegou ao Aeroporto de Congonhas por volta das 9h20 e se dirigiu para o evento no Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista.

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Também acompanharam o evento o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (das Cidades), Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência, além do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, entre outras autoridades.

O novo modelo de crédito imobiliário é uma modernização do modelo de captação de recursos pelos bancos para realização de financiamentos habitacionais no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Segundo o governo, a medida vai viabilizar mais recursos para financiamento habitacional e vai beneficiar, principalmente, as operações dentro das regras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) para a classe a média.

No sistema atual, 65% dos depósitos da poupança tinham, obrigatoriamente, que ser aplicados pelos bancos em crédito imobiliário, 20% eram depositados compulsoriamente no Banco Central e 15% vão para operações livres. Agora, na medida em que mais valores forem depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário.

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Após um período de transição, o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da poupança e os depósitos compulsórios no BC referentes a esse tipo de aplicação vão acabar e o total dos recursos depositados na poupança passará a ser referência para o volume de dinheiro que os bancos devem destinar ao crédito habitacional, incluindo as modalidades do SFH e do Sistema de financiamento imobiliário (SFI).

As novas regras também elevam o valor máximo do imóvel financiado no SFH de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. A transição será gradual, começando este ano, e o novo modelo deverá ter plena vigência a partir de janeiro de 2027.

 

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