POLÍTICA
‘Só não ocorreu por detalhes’, diz ministro sobre plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que o plano para matar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “só não ocorreu por detalhes”. Nesta terça-feira, 19, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra grupo suspeito de ter planejado um golpe de Estado e a execução das autoridades.
“Ação que traz elementos novos, extremamente graves, sobre a participação do governo Bolsonaro no golpe, que tentaram executar no Brasil, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente eleito, e isso só não ocorreu por detalhes. Eu me lembro desse período, que foi o período de uma tentativa de explosão de caminhão próximo ao aeroporto, e isso acabou culminando no 8 de janeiro”, afirmou Pimenta, em entrevista coletiva.
“São fatos que se relacionam entre si, e os personagens são os mesmos. Os mesmos personagens que financiaram a presença dos acampados em frente aos quartéis estão envolvidos também nesses episódios. O indivíduo que morreu em Brasília estava acampado na frente dos quartéis. As pessoas que participaram da tentativa de explosão de caminhão no aeroporto também estavam acampadas. Há uma relação entre os financiadores, os que planejaram as ações, e eles precisam responder por isso, e essa operação da Polícia Federal hoje é muito importante”, declarou ainda o ministro.
As investigações e o plano de execução
Na manhã desta terça-feira, a PF deflagrou a Operação Contragolpe para desarticular a organização criminosa suspeita de ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse de Lula, eleito nas eleições de 2022, e restringir a atuação do Poder Judiciário.
O grupo é suspeito de planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Um dos planos, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, era o de matar Lula e Alckmin.
Também estavam no planejamento a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado. Investigadores confirmaram à TV Globo que o ministro era Alexandre de Moraes.
O plano, chamado de ‘Punhal Verde e Amarelo’, teria sido discutido no dia 12 de novembro de 2022 na residência do general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições daquele ano, segundo a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews.
Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas de prisão nos Estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal. O Exército Brasileiro também acompanhou a operação. Os presos são quatro militares do Exército ligados às Forças Especiais (FE), os chamados “kids pretos”, e um policial federal.