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POLÍTICA

Sob fogo, amigo de Lula é acusado de usar agência para fazer política

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A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex, tem por missão ajudar a vender produtos e serviços do Brasil no exterior. Para isso, conta com um orçamento milionário destinado a promover eventos em várias partes do mundo que sirvam de vitrine para empresas nacionais.

No início do atual governo, o comando da agência foi entregue a um amigo de longa data do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador do Acre e ex-senador Jorge Viana, do PT.

De lá para cá, Viana já se meteu em algumas encrencas. Na China, ao discursar em um evento com empresários locais, causou constrangimento ao governo e virou alvo da ira de gigantes do agronegócio brasileiro ao associar o desmatamento na Amazônia ao avanço da pecuária. A atitude foi vista como uma propaganda negativa para o Brasil, partindo de alguém que deveria fazer justamente o contrário e atuar como um “caixeiro-viajante” do país.

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Por aqui, o petista foi acusado de mudar o estatuto da agência para permitir sua permanência no cargo. Para ser presidente Apex, era preciso comprovar fluência em inglês. Por não dominar o idioma, Viana derrubou a exigência e, assim, conseguiu ficar na cadeira, que lhe rende um salário de quase R$ 70 mil mensais.

Sem experiência anterior na área, ele também foi acusado de usar a Apex para se promover politicamente e para aboletar aliados em postos importantes da agência, enquanto projetos considerados cruciais para a promoção do Brasil no exterior estariam sendo deixados em segundo plano.

Projeto cancelado

A mais recente polêmica capitaneada por Jorge Viana envolve o cancelamento de um projeto milionário para a construção do pavilhão brasileiro na Expo Osaka 2025, a próxima edição da famosa exposição universal que reúne países de todo o planeta e serve como um grande hub de negócios.

Como fez em outras edições da Expo, a Apex chegou a abrir um concurso para escolher o melhor projeto arquitetônico para o pavilhão do Brasil, que costuma ser um complexo portentoso, inspirado em temas típicos do país e desenhado para atrair a atenção dos visitantes — dentro do pavilhão, são acomodadas as diversas instalações que abrigam tanto órgãos do governo quanto quanto as empresas brasileiras participantes da exposição.

O complexo, por si, já é uma grande vitrine para o país. Luminares da arquitetura brasileira, como Oscar Niemeyer e Sergio Bernardes, já assinaram os projetos em edições anteriores da Expo.

Para a exposição de Osaka, o projeto escolhido foi liderado pelo renomado arquiteto paulista Marcio Kogan, que propôs instalações inspiradas nas nuvens da Amazônia (veja foto). O resultado foi anunciado em dezembro do ano passado.

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A fachada do pavilhão projetado pela equipe Kogan: inspiração nos “rios voadores”, como são chamadas as nuvens carregadas que se movem sobre a floresta amazônica

Dias atrás, porém, a equipe de Jorge Viana fez chegar ao escritório de Kogan a notícia de que, apesar de ter saído vitorioso no concurso, o projeto não será mais executado.

Interesses paroquiais

À coluna, a Apex explicou que a decisão foi motivada por razões financeiras e de logística. Segundo a agência, o próprio governo japonês, anfitrião da exposição, se ofereceu para construir um pavilhão que precisará ser apenas adaptado, o que reduzirá o custo final para menos da metade do previsto inicialmente.

Internamente, na Apex, o cancelamento do projeto não pegou bem. Especialmente entre os funcionários de carreira, acostumados a organizar a participação brasileira em grandes eventos no exterior, o entendimento é o de que Jorge Viana está tomando decisões que prejudicam o desempenho da agência e sua missão precípua de “vender” o Brasil no exterior.

O petista, amigo de longa data de Lula, também segue sendo criticado por usar o posto para se promover politicamente em seu reduto eleitoral. Recentemente, como presidente da Apex, ele aproveitou uma reunião com o presidente de uma grande companhia aérea para pedir a ampliação da oferta de voos para o Acre.

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