Vereadores destacam importância de farmacêuticos nas unidades básicas de saúde de Rio Branco durante Tribuna Popular

Com o tema “A importância da assistência farmacêutica no município de Rio Branco”, solicitado pelo vereador Aiache, a Tribuna Popular da sessão ordinária desta terça-feira, 15, na Câmara Municipal, teve como objetivo esclarecer sobre o trabalho e a necessidade do farmacêutico nas unidades de saúde.

Isabele de Oliveira Sobrinho, que é conselheira federal de Farmácia e servidora pública, e Ana Valéria de Souza Freitas, chefe do Departamento de Assistência Farmacêutica, foram as convidadas para falar sobre a situação desses profissionais. Além de destacarem a importância do farmacêutico para a saúde — como parte do cuidado com a população e do atendimento —, ressaltaram que ainda há um grande déficit de profissionais dessa área no município de Rio Branco.

Isabele destacou um dos avanços obtidos com a Lei nº 3.764, de 19 de julho de 2021, que estabelece diretrizes para a implantação e regulamentação do serviço de assistência farmacêutica no âmbito do Estado. A lei foi proposta pelo então deputado estadual Roberto Duarte e sancionada pelo governador Gladson Cameli.

“Somos o primeiro estado a ter uma lei nesse sentido, onde toda assistência deve compor o organograma da Secretaria de Saúde e ter como coordenador um farmacêutico. A gente tem que fazer com que essa lei saia do papel e, de fato, exista. Aqui em Rio Branco, nós temos uma coordenadora, mas ainda faltam muitos farmacêuticos. É um número grande de unidades básicas de saúde e medicamentos, pelos quais esse profissional é diretamente responsável”, disse Isabele.

A conselheira destacou ainda que, com a presença do farmacêutico na Secretaria Municipal de Saúde, foi possível, comprovadamente, reduzir o descarte e o vencimento de medicamentos.

“E, através dessa comprovação, junto à outra legislatura, nós conseguimos incluir no Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) a farmácia clínica”, disse.

Ana Valéria, por sua vez, falou da responsabilidade da assistência farmacêutica municipal, destacando que ela vai muito além de fornecer medicamentos, pois faz parte de uma política pública estratégica.

“Quando a gente fala em assistência farmacêutica, a gente pensa na seleção do medicamento, no planejamento, pensa na aquisição, armazenamento, dispensação e, com tudo isso, no uso racional para os nossos pacientes”, destacou Ana.

O vereador Aiache, parlamentar que solicitou essa Tribuna Popular, disse que fez questão de proporcionar esse debate na Casa Legislativa, dada a importância do farmacêutico para o município, e destacou a economia comprovada após a inserção desses profissionais nas unidades de saúde. Ele também relatou sua experiência pessoal com um farmacêutico, mencionando que consumia um medicamento específico durante anos e, após uma conversa esclarecedora com o profissional, conseguiu detectar o problema e tratá-lo.

“Uma orientação de um farmacêutico pode salvar vidas. Por isso, gostaria que tivesse mais tempo para a Dra. Isabele e a Ana exporem o quanto a gente economiza e o quanto melhora a atenção com esse profissional. Nós temos um concurso ativo, mas temos URAPs sem farmacêutico. Precisamos fazer essa visita para mostrar ao nosso Executivo que esse profissional é de suma importância, assim como todos os outros, e precisa ser valorizado”, destacou Aiache.

O vereador João Paulo, que também é da área da saúde, ressaltou que a assistência farmacêutica é um dos pilares cruciais da saúde pública e privada.

“A assistência farmacêutica tem avançado e evoluído muito nos últimos anos no Estado do Acre, porém sabemos que ainda existem muitas dificuldades”, enfatizou João Paulo.

Ele destacou ainda que o Estado possui grandes profissionais na área, mas que o serviço continua enfrentando precariedades.

“Tenho andado muito pelas unidades de saúde e percebido essa precariedade no serviço. Encontro farmacêuticos exercendo, ao mesmo tempo, o papel de farmacêutico e de auxiliar de farmácia. São muitas as reclamações desses profissionais. Nós, como legisladores, temos que cobrar do Executivo municipal. O secretário Renan, que está chegando agora à Semsa, tenho certeza de que, com a sensibilidade e o olhar de gestor que ele tem — inclusive, Isabele, uma das pautas que tratei com ele foi justamente essa, da sobrecarga dos farmacêuticos nas unidades —, vai olhar para essa questão. Parabéns a vocês, e a Casa está à disposição”, finalizou o vereador João Paulo.