POLÍTICA
Vídeo de Janones elogiando Bolsonaro viraliza nas redes sociais
Coordenador da campanha digital do ex-presidente e candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal André Janones (Avante-MG) conquistou notoriedade depois de disseminar notícias falsas sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas nem sempre o parlamentar foi avesso às propostas do atual governo e favorável às ideias petistas.
Em 22 de maio de 2019, por exemplo, Janones gravou um vídeo para elogiar a Medida Provisória (MP) 870/2019. Essa proposta reduziu de 29 para 22 o número de órgãos com status ministerial no governo. Na ocasião, foram extintos os ministérios de Cidades, da Cultura, de Desenvolvimento Social, de Esportes, da Fazenda, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, da Integração Nacional, do Planejamento, de Desenvolvimento e Gestão, da Segurança Pública e do Trabalho.
“Essa medida provisória que o presidente assinou reduziu a mamata”, afirmou o deputado, indicando com as mãos os prédios nos quais os funcionários dos ministérios trabalhavam. “Ela acabou com esse cabide de emprego que eram os ministérios em nosso país. Era mamata para sem-vergonha que não gosta de trabalhar. Bolsonaro acabou com a mamata que tinha ali.”
Segundo Janones, a proposta inicial previa uma redução ainda mais drástica no número de ministérios. Contudo, a pressão dos opositores resultou em uma desidratação do texto original. “Apenas isso aqui dará, em quatro anos, mais de R$ 3 bilhões de economia para o país”, observou. “Respeito ao dinheiro do contribuinte. Estão querendo chantagear o presidente e dizendo que não vão votar a MP. Quero dizer que o presidente tem meu apoio nesta causa.”
E sobre o PT?
Em junho deste ano, durante entrevista ao portal UAI, Janones qualificou o Partido dos Trabalhadores (PT) como “quadrilha”. “No governo Lula, era uma roubalheira”, ressaltou, ao responder se usufruía das emendas de relator. “Não participo disso nem da base do governo. Também não tenho compromisso com a oposição. Primeiro, não existe ‘Orçamento secreto’. ‘Orçamento secreto’ havia antes, quando o ministro pegava [a verba] e dava para os seus apaniguados. Hoje, quem também faz isso é o Congresso.”
Segundo Janones, as emendas de relator não apresentam irregularidades. “No governo Lula, só a bandidagem do PT tinha acesso a isso”, afirmou. “Era pior. Hoje, pelo menos, a imprensa tem acesso. A imprensa bate, o STF responde. Quando a quadrilha do PT estava no poder, não tinha isso.”
Na época, o deputado disse que “não se venderia” para a “quadrilha” do PT. Dois meses depois, Janones retirou-se da corrida presidencial e anunciou apoio à candidatura de Lula. De lá para cá, o parlamentar assumiu as rédeas da campanha petista nas redes sociais e passou a coordenar o assassinato de reputação dos opositores, especialmente de Bolsonaro.
O vale-tudo eleitoral contra Bolsonaro
A porteira da desinformação abriu-se em 5 de setembro, quando o deputado defendeu o uso de fake news contra o chefe do Executivo. “Atenção, urgente: partido de Bolsonaro estaria por trás do pedido de suspensão da lei que aprovamos no Congresso, garantindo o piso salarial da enfermagem”, escreveu Janones, no Twitter. “Se for confirmado, é grave. Muito grave.” Em seguida, ele próprio assumiu a falsidade da acusação e explicou que tinha o objetivo de manchar a imagem do presidente da República. “Printem isso e viralizem pelo WhatsApp”, afirmou. “Vou fazer live, também. Façam chegar a todo o Brasil. Olho por olho, dente por dente.”
De lá para cá, Janones acusou o atual presidente de agredir mulheres, de ser adepto do canibalismo, de praticar zoofilia e de participar da maçonaria. Nenhuma dessas alegações corresponde à realidade.