POLÍTICA
Virei vilão de “carne, osso e sem cabelo” da direita, diz Moraes
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou na 6ª feira (6.out.2023) que a direita brasileira o personificou como “vilão” em um discurso extremista de ataque às instituições democráticas do país. Segundo o magistrado, é mais conveniente para a classe política escolher um “inimigo de carne e osso” que represente os órgãos atacados.
“Você falar de uma instituição fica um pouco etéreo. Você tem que personificar. Você tem que achar dentro da instituição um inimigo de carne e osso, porque aí você personifica. No caso do Brasil, foi carne, osso e sem cabelo. Um preconceito. E aí você vai batendo, vai batendo. Porque dá Ibope. Vira uma novela”, declarou em evento promovido pelo TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo).
Sobre os atos do 8 de Janeiro, Moraes afirmou que as pessoas que dizem temer a implantação do comunismo no Brasil usam isso como motivo de ataque à democracia e raramente sabem do que falam. Para o magistrado, falar do sistema político de esquerda é uma forma de chamar atenção.
“Impressionante como o comunismo dá Ibope, né? 99% das pessoas que falam nem sabem o que é comunismo. O 1% que sabe, sabe que não existe mais comunismo. A China é comunista, mas é mais capitalista do que nós. O Putin é o rei do comunismo? (Quando) você fala em comunismo, principalmente com pessoas mais velhas, é um negócio… (Quando perguntadas) por que são contra tal coisa, (respondem): “Porque vão instalar o comunismo no Brasil”, disse.
O ministro celebrou a forma como as instituições públicas superaram o que ocorreu na capital do país e relembrou a promulgação da Constituição de 1988. A Carta Magna brasileira completou 35 anos na 5ª (5.out).
“Recentemente, o Brasil sofreu ataques à democracia. Não só o Brasil. A fórmula de ataque à democracia, que surgiu na extrema-direita norte-americana, e foi aplicada primeiro na Hungria, Polônia, Turquia, etc. (…) E as instituições brasileiras souberam responder. Tivemos eleições, tivemos posse, tivemos o dia 8 (de janeiro) e estamos aqui no dia 6 de outubro na democracia e no Estado de Direito graças ao fortalecimento institucional que foi realizado em 5 de outubro e esse crescimento institucional de órgãos de Estado”, afirmou.