RIO BRANCO
A Seca no Acre: um cenário que agrava e as medidas de mitigação

O Acre enfrenta uma grave crise hídrica. A área afetada pela seca no estado cresceu significativamente, saltando de 40% em abril para 64% em maio de 2025, de acordo com o Monitor de Secas da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico). Este aumento coloca o Acre como o estado da região Norte com o maior percentual de área afetada pela seca em maio, com um preocupante crescimento da severidade do fenômeno: a seca moderada abrange agora 20% do território acreano, contra 18% em abril.
Este agravamento da seca no Acre acompanha uma tendência nacional, com oito estados brasileiros apresentando piora da situação em maio, segundo o mesmo relatório. A situação exige uma resposta rápida e eficaz do governo estadual.
O governo do Acre tem intensificado suas ações de prevenção e combate à seca. Uma importante iniciativa foi a 3ª Reunião Técnica de Ações Integradas, realizada em 18 de junho, que reuniu representantes de diversas instituições, incluindo órgãos ambientais, Defesa Civil e pesquisadores. O objetivo foi analisar as projeções para os próximos meses e coordenar ações de mitigação.
Entre as estratégias apresentadas e em execução destacam-se:
-Formação de brigadas comunitárias: Em áreas de preservação ambiental, comunidades estão sendo capacitadas para atuar no combate à seca e prevenção de incêndios.
-Operação Contenção Verde: Esta operação visa combater o desmatamento e as queimadas ilegais, fatores que agravam os efeitos da seca.
-Planos de contingência: O governo está implementando planos para garantir o abastecimento de água e outros recursos essenciais em áreas mais vulneráveis.
-Utilização de dados do Censipam: As informações do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia estão sendo utilizadas para aprimorar a gestão de riscos.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, alerta para a possibilidade de um cenário ainda mais crítico nos próximos meses (junho, julho, agosto e setembro), período tradicionalmente mais seco na região. A preocupação central reside no impacto sobre o abastecimento de água e o transporte de suprimentos para municípios de difícil acesso. A integração entre instituições é crucial para minimizar os impactos sobre a população.
A comparação com outros estados, como o Amazonas, que apresenta níveis de rios mais altos e, consequentemente, menor área afetada, reforça a necessidade de ações específicas e adaptadas à realidade acreana. A seca no Acre requer um monitoramento contínuo e a implementação de medidas eficazes para proteger a população e o meio ambiente.
O Monitor de Secas, ferramenta fundamental para o acompanhamento da situação em todo o país, está disponível online (monitordesecas.ana.gov.br) e por aplicativo (Android e iOS). Este recurso permite o acesso público às informações e auxilia no planejamento de políticas públicas para o enfrentamento da seca. A transparência e o acesso à informação são cruciais para a eficácia das ações de mitigação.
