RIO BRANCO
Acre já tem várias cidades em alerta com poluição do ar ultrapassando os limites da OMS
No Acre apesar dos números de focos de queimadas no Acre até 19 de julho deste ano estarem 56% abaixo do que foi registrado no ano passado no mesmo período, a fumaça já começa a representar uma ameaça à saúde da população, como ocorre todos os anos nesse período do ano.
Nesta quinta-feira, 20, algumas cidades acreanas registraram taxas de qualidade do ar próximas ao limite máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e algumas, como Rio Branco, já superando as diretrizes de segurança a população.
Marcava 6h30 da manhã, quando o Mapa da Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Acre mostrava Rio Branco com taxa média nas últimas 24 horas de 16 µg/m³ na medida PM2.5, usada pelo sistema. Em Capixaba, a taxa era de 14 µg/m³ e em Acrelândia de 11 µg/m³.
Como a sigla PM2.5 representa o material particulado concentrado no ar. De acordo com a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis as PM2,5 são um tipo de partículas inaláveis, de diâmetro inferior a 2,5 micrômetros (µm) e constituem um elemento de poluição atmosférica do ar.
Segundo as últimas Diretrizes Globais de Qualidade do Ar da OMS, (AQG na sigla em inglês) publicadas em dezembro de 2021, recomendam o limite de concentração de poluentes PM2,5 de 5 µg/m3 para média anual e de 15 µg/m3 para média de 24hs.
O Monitoramento da Qualidade do Ar no Acre é coordenada pelo Ministério Público do Acre (MPAC) em parceria com várias instituições, como a Universidade Federal do Acre (UFAC) e está em operação desde o ano de 2019 baseada em sensores PurpleAir que se conecta a uma rede internacional para monitorar.
Naquele ano foram instalados cerca de 30 sensores, distribuídos nas sedes dos 22 municípios do Estado do Acre com disponibilização de dados que podem ser acompanhados em tempo real e gratuitamente.
Em 2022, em março, um estudo da empresa suíça IQAir, que mantém uma rede de monitoramento da poluição do ar em todo o planeta, revelou que o Acre teve quatro cidade entre as piores do Brasil nesse quesito no ano de 2022: Acrelândia, Senador Guiomard, Brasiléia e Rio Branco.
Na analise, Acrelândia consta como a cidade que teve o ar mais poluído de todo o país com média de 23.3 µg/m³ de material particulado. Senador Guiomard, em terceiro, teve média de 18.7 µg/m³, a capital Rio Branco ficou em quarto, com 18.2 µg/m³.
O ranking também mostrou que os meses com maior concentração de partículas poluentes no ar das cidades acreanas coincide com o período com menos chuvas na região, entre maio e novembro, quando ocorrem as queimadas urbanas.
Para o monitoramento do Acre, a rede suíça se baseou nas estações de monitoramento do Ministério Público e da Universidade Federal do Acre e do. No ranking global, o Brasil ocupou a posição de número 81 e Acrelândia foi a única cidade acreana entre as mil piores, em 792º lugar.
No primeiro dia de janeiro até esta quarta-feira, 19 de julho, o Acre registra 118 focos de queimadas, de acordo com os dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – 56% a menos que os 271 registrados no ano passado no mesmo período.