RIO BRANCO
Acreano que foi diretor de jornalismo da Globo faria 96 anos neste sábado
O município de Xapuri, berço do Movimento Ambientalista no Brasil levou ao conhecimento do mundo não somente Chico Mendes. Antes disso, o xapuriense Armando Nogueira já era destaque na imprensa nacional. O jornalista foi cronista esportivo e diretor de jornalismo da Globo, além de ser um dos responsáveis pela criação do maior telejornal da televisão brasileira, o Jornal Nacional.
Nascido em 14 de janeiro de 1927, Armando Nogueira faria 96 anos se ainda fosse vivo. O jornalista morreu no dia 29 de março de 2010, aos 83 anos, no Rio de Janeiro. Desde 2007, lutava contra um câncer no cérebro.
No Acre, em homenagem ao jornalista, há uma escola para alunos do ensino médio que leva o nome do acreano. A Escola Estadual Armando Nogueira foi inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante seu primeiro mandato, e pelo então governador Jorge Viana, em 2003.
A escola tem capacidade para mais de 1000 alunos e conta com a primeira piscina olímpica do Estado. A instituição fica na Estrada Dias Martins, em Rio Branco e é referência dentre as escolas estaduais.
Jornal Nacional
O jornalista acreano foi um dos responsáveis pela criação do primeiro programa de TV transmitido em rede no Brasil, o Jornal Nacional.
Durante o tempo em que esteve à frente da Central Globo de Jornalismo, o Jornal Nacional sofreu transformações, como a criação de editorias especializadas, supressão de matérias locais e predominância de matérias nacionais e internacionais com maior relevância.
Início da carreira
Armando Nogueira se mudou para o Rio de Janeiro aos 17 anos e se matriculou na Faculdade de Direito, curso que concluiu em 1953. Em 1950, iniciou a carreira de jornalista no Diário Carioca, onde trabalhou até 1959 como repórter, copidesque – termo jornalístico para revisor de texto, colunista esportivo e comentarista político.
No início da carreira, o acreano esteve ligado principalmente ao esporte. Armando Nogueira esteve na revista Manchete, na revista O Cruzeiro e, em 1959, se desligou dos veículos para assumir o cargo de copidesque da editoria de Esportes do Jornal do Brasil.
Ao longo da vida na imprensa, Armando Nogueira se destacou por diversos motivos, dentre eles um furo de reportagem dado por ele, quando foi testemunha ocular do atentado ao também jornalista e político Carlos Lacerda, em 1954, durante o governo Vargas.
Obras no esporte
No esporte, Armando Nogueira participou de todas as Copas do Mundo desde 1950 e acompanhou todas as edições dos Jogos Olímpicos desde 1980. Além disso, escreveu dez livros sobre esporte: Drama e Glória dos Bicampeões (1962), com Araújo Neto; Na Grande Área (1966); Bola na Rede (1973); O Homem e a Bola (1986); Bola de Cristal (1987); O Voo das Gazelas (1991); A Copa que Ninguém Viu e A que Não Queremos Lembrar (1994), com Jô Soares e Roberto Muylaert; O Canto dos Meus Amores (1998); A Chama que Não se Apaga (2000) e A Ginga e o Jogo (2003).