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Alerta no Acre: Estado tem a menor cobertura de exames de rastreamento de câncer de mama do Brasil

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Rio Branco, Acre – Um estudo recente do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelou dados preocupantes sobre o rastreamento e o diagnóstico do câncer de mama no Acre. O estado apresenta os piores indicadores do país, com baixa cobertura de exames e atrasos significativos na entrega de resultados, o que pode comprometer o tratamento e aumentar o risco de mortalidade.

A mamografia, principal exame para a detecção precoce do câncer de mama, tem uma cobertura alarmantemente baixa no Acre. Em 2023, apenas 49% das mulheres acreanas entre 50 e 69 anos, faixa etária até então recomendada para o rastreamento, realizaram o exame. Esse índice é o menor do Brasil e está abaixo da média da Região Norte, que é de 60,8%.

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Além da baixa cobertura, a lentidão na liberação dos resultados é outro problema grave. Enquanto no Brasil 48,8% dos laudos de rastreamento são entregues em até 30 dias, no Acre mais da metade (55,1%) dos exames demora mais de 60 dias para ter o resultado divulgado. Esse atraso prejudica e pode comprometer o início do tratamento, que é fundamental para aumentar as chances de cura.

A situação se repete nos exames de confirmação do diagnóstico. Apenas 9,7% dos laudos anatomopatológicos, obtidos por biópsia, são liberados em até 30 dias no estado. Nos casos de mamografia diagnóstica, solicitada diante de alterações suspeitas, 26,2% dos exames realizados em 2023 ultrapassaram os 60 dias para a entrega do resultado.

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A dificuldade de acesso aos exames também é um problema histórico no Acre. Uma pesquisa de 2019 revelou que 46,3% das mulheres acreanas entre 50 e 69 anos afirmaram que nunca haviam feito mamografia, o segundo pior índice do país, atrás apenas do Amapá.

Um dos fatores que explicam esse cenário é a baixa disponibilidade de equipamentos. O Acre possui apenas 19 mamógrafos em funcionamento, o que representa 0,84 aparelho para cada 100 mil usuárias do SUS, a menor densidade do país.

Outro gargalo enfrentado pelas pacientes oncológicas no Acre é a demora para iniciar o tratamento. Entre 2019 e 2023, 60% dos casos de câncer de mama no Acre ultrapassaram o prazo de 60 dias estabelecido por lei entre a confirmação diagnóstica e o primeiro tratamento oncológico.

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Apesar dos desafios, o estudo aponta que a taxa ajustada de incidência de câncer de mama no Acre é uma das mais baixas do país: 26,2 por 100 mil. A taxa de mortalidade também é menor do que a média nacional, com 7,5 óbitos por 100 mil (bruta) e 8,4 (ajustada).

Diante desse cenário, é urgente que as autoridades de saúde do Acre adotem medidas para ampliar a cobertura dos exames de rastreamento, agilizar a entrega dos resultados e garantir o acesso rápido ao tratamento. A conscientização da população sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama também é fundamental para mudar essa realidade.

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