RIO BRANCO
Amigo de homem que matou esposa no Acre diz que acusava vivia com marcas de agressão
Amigo de Hitalo é a terceira pessoa da defesa que foi ouvida nesta terça-feira (14), no Júri Popular de Hitalo Marinho Gouveia, acusado de matar a esposa Adriana Paulichen. Gean foi ouvido como informante, por ser amigo do réu.
Gean contou que foi pela manhã no estabelecimento do casal e tentou ajudar na situação, mas não soube como se comportar e retornou para casa. “Logo depois ele me ligou pedindo que eu voltasse para a loja e eu disse que tinha ido lá de manhã e eu demorei um pouco para ir, não estava interessado em voltar para a situação”, disse.
O informante disse que quando chegou no local, viu que Hitalo não estava calmo, entrou no estabelecimento e já viu o corpo de Adriana no chão. “Eu perguntei o que havia acontecido e ele disse que ela tinha morrido, mas eu não acreditei na hora. Eu fui mexer no corpo e ele disse que não era para mexer, porque ela havia sido esfaqueada, que ele esfaqueou ela. Eu disse para ele tentar reanimar ela mas ele falou que tinha certeza que ela já estava morta porque apertou demais o pescoço dela”, disse.
Gean falou que Hitalo deveria ligar para a todo mundo e contar o que aconteceu. “Ele me disse que defendeu a criança, porque a Ana (Adriana) teria pegado uma almofada e levado em direção a criança e foi quando ele pegou uma faca”, acrescentou.
A defesa do réu perguntou ao Gean se ele tinha conhecimento de que Adriana agredia Hitalo e o informante disse que “sempre”. “Eles tinham essa aparência de família de revista, mas ela sempre quis ter um filho e ficava perguntando da minha esposa quando estava grávida como era. Quando ela engravidou e o corpo começou a mudar, ela ficou descontente com a aparência, ela sempre foi muito vaidosa”.
Sobre as agressões, Gean disse que já tinha visto arranhões, machucados e celulares quebrados, que ela jogava nele. “Eu não via as agressões, porque era uma coisa deles em casa, mas eu via ele arranhado”.
Questionado se Gean sabia de agressões de Hitalo contra Adriana, o informante disse que não. “Ele nunca foi uma pessoa agressiva, de não tentar matar uma barata”.
“Eu falei para ele avisar para todo mundo, mas eu não sabia o que eu estava falando. Eu estava me vendo em uma situação que eu jamais saberia, mas ele ficou a todo momento, não fugiu”, disse Gean quando foi questionado pela defesa do réu sobre os momentos depois do crime.
A promotoria do Ministério Público do Acre (MPAC) realizou algumas perguntas para Gean sobre traições e alterações de comportamento durante a gravidez, visto que o informante é pai e esteve com a esposa durante a gestação, e que Adriana soube de algumas traições durante a gravidez.
“Eles separavam e voltavam, era frequente. Eu aconselhava os dois, dizendo que não era o momento de separar pois ela estava grávida e precisava de suporte. Ela estava passando por um momento conturbado”, disse.
Questionado se o réu dava suporte para Adriana com relação a gravidez e o momento de puerpério, Gean enxerga que Hitalo estava presente e dava suporte, tentava ajudar.
“Ali o contexto veio aumento, ela ficou mal, veio a denuncia do suposto assédio e depois sempre arranhado, machucado”, disse.
A promotoria do MPAC finalizou os questionamentos perguntando se Hitalo tivesse parado de trair Adriana, teria ajudado perante as condições que a vítima estava.