RIO BRANCO
Após a enchente histórica, deslizamentos de terra se agravam no Acre, desafiando a Defesa Civil
A enchente histórica do Rio Acre em 2024 deixou um rastro de destruição nas cidades de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Rio Branco e Porto Acre. Além dos danos causados pela inundação, um fenômeno preocupante tem se destacado: os deslizamentos de terra e desbarrancamentos. Essas ocorrências estão desafiando a Defesa Civil do Acre, que precisa lidar com uma situação ainda mais complexa do que a enchente de 2015, a maior já registrada na capital.
Os deslizamentos de terra têm causado perdas significativas de imóveis e obrigado muitas pessoas a dependerem do aluguel social para recomeçarem suas vidas. Desde o início da vazante, já foram registradas interdições e destruições de casas em várias cidades afetadas pela cheia do Rio Acre. Em Brasileia, mais de 100 pessoas perderam suas casas e agora dependem do apoio do poder público para seguir em frente.
Em Xapuri, cerca de 20 famílias tiveram suas casas destruídas ou interditadas pela Defesa Civil. Um exemplo é o caso do seringueiro aposentado José Ribamar Ferreira da Silva, de 65 anos, que agora enfrenta a incerteza de não ter um lugar para voltar. Apesar das dificuldades, ele mantém a esperança e agradece o apoio recebido da Defesa Civil.
Na capital Rio Branco, que enfrentou a segunda maior cheia da história, mais de 100 famílias perderam suas casas e estão sem ter para onde voltar. A demanda por vistorias da Defesa Civil tem sido enorme, e a capacidade de atendimento das equipes tem sido desafiada. Mesmo com a redução do efetivo, a Defesa Civil está empenhada em realizar as vistorias e garantir a segurança dos moradores em áreas de risco.
Atualmente, 62 áreas em Rio Branco estão sendo monitoradas devido ao risco hidrológico ou geológico. Dessas, 12 áreas apresentam risco de deslizamento e ainda possuem moradores. A Defesa Civil classifica o risco em três níveis: baixo, médio e alto. As famílias em risco alto são prontamente retiradas e as áreas são interditadas. Já as famílias em risco médio e baixo são monitoradas diariamente, e a colaboração dessas pessoas é fundamental para identificar qualquer sinal de evolução das erosões.
Nos últimos dias, foram registrados deslizamentos de terra em dois bairros de Rio Branco: Cidade Nova e 6 de Agosto. Felizmente, não houve feridos, mas algumas casas e até mesmo um restaurante tradicional foram afetados. O proprietário do restaurante, o jornalista Osvaldo Gomes, compartilhou um vídeo nas redes sociais mostrando o momento exato do desabamento do barranco que atingiu parte de seu estabelecimento. Apesar da situação difícil, ele mantém a esperança e agradece pelo apoio recebido.