RIO BRANCO
Após cortes, Ufac tem próximo semestre ameaçado e recorre até a empresários para evitar fechamento
Com o bloqueio de R$ 5,4 milhões no orçamento geral feito pelo Ministério da Educação (MEC), a Universidade Federal do Acre (Ufac) está recorrendo a todos os meios possíveis para que a instituição não feche as portas.
Pagamentos de serviços essenciais, como bolsas, auxílios, contratos de limpeza, luz, água, telefone, vigilância, fornecedores do Restaurante Universitário (RU), entre outras, estão suspensos por conta da falta de verba.
Ao todo, 3.236 bolsas e auxílios de estudantes foram afetados. Quase 80% desses alunos estão em vulnerabilidade social e serão impactados diretamente pelos cortes.
“Sobre as bolsas, elas deveriam ter sido pagas na segunda, mas como não houve repasse, o pagamento está pendente”, disse a assessoria de comunicação do órgão, após ter sido consultado pela reportagem do ContilNet.
Sobre a possível suspensão do próximo semestre, a instituição disse que está buscando negociações até com empresários para evitar o problema.
“Com relação a suspender o semestre, a Ufac está buscando negociações com empresários e tentando todas as possibilidades para que isso não aconteça”, finalizou.
Entenda o bloqueio nas universidades
O alívio de universidades e institutos federais de educação não durou nem mesmo um dia: a verba R$ 366 milhões do Orçamento que foi liberada no meio do dia foi novamente bloqueada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) no começo da noite do dia 1 de dezembro.
A informação de novo recuo do governo foi divulgada pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
O Conif divulgou documento assinado pelo setor financeiro do MEC, com horário de 19h37, que mostra que a gestão Bolsonaro “zerou o limite de pagamentos das despesas discricionárias do Ministério da Educação – MEC previsto para o mês de dezembro”.
O atual vai e vem do Orçamento da educação federal é apenas mais um capítulo na crise que começou ainda no primeiro mês do ano.
O primeiro revés nos recursos da área aconteceu ainda em janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o Orçamento de 2022. A fatia da educação perdeu R$ 739,9 milhões do total de R$ 113,4 bilhões que tinham sido aprovados pelo Congresso em dezembro de 2021.