RIO BRANCO
Assédio no Mercado do Bosque: Justiça condena comerciante por ofensas a funcionárias

Um importante precedente foi estabelecido em Rio Branco com a condenação de um comerciante por assédio sexual verbal contra duas funcionárias da limpeza do Mercado do Bosque. A juíza Evelin Bueno, do 3º Juizado Especial Cível, aplicou a sentença com base no Protocolo de Julgamento com Perspectiva de Gênero do CNJ, reconhecendo a consistência dos relatos das vítimas e a gravidade dos atos cometidos.
As funcionárias, enquanto realizavam a limpeza do banheiro adaptado para pessoas com deficiência, foram alvo de palavras de cunho sexual e ofensivo por parte do comerciante. Este ato de violência, além de degradante, demonstra a persistência do assédio sexual no ambiente de trabalho, muitas vezes silenciado e naturalizado.
A decisão judicial não apenas reconhece o sofrimento das vítimas, mas também destaca a importância crucial da credibilidade do testemunho feminino em casos de assédio, frequentemente subnotificados e invisibilizados pela sociedade. A sentença condena o comerciante ao pagamento de R$ 1.000 para cada funcionária, servindo como reparação pelos danos causados e como um forte alerta contra práticas abusivas.
O administrador do Mercado do Bosque desempenhou um papel fundamental ao apoiar as funcionárias e encorajá-las a buscar justiça. Sua ação demonstra a importância da criação de um ambiente de trabalho seguro e acolhedor, onde as vítimas de assédio se sintam amparadas e confiantes em denunciar agressores.
Embora o comerciante possa recorrer da decisão, a sentença representa um significativo passo na luta contra o assédio e a violência de gênero em Rio Branco. A condenação serve como um forte recado: a impunidade não será tolerada e a justiça estará ao lado das vítimas que ousam romper o silêncio e buscar seus direitos. O caso reforça a necessidade contínua de conscientização, prevenção e punição de atos de assédio, promovendo um ambiente de trabalho mais justo e respeitoso para todas as mulheres.
