RIO BRANCO
Betão revelou em entrevista como faliu o primeiro frigorífico do Acre e se reergueu com resiliência

RIO BRANCO (AC) — O empresário e pecuarista Edilberto Afonso de Moraes, o Betão, que faleceu aos 73 anos na noite do domingo (28) no Hospital Santa Juliana, revelou em entrevista de 2015 os desafios que marcaram sua trajetória no setor de matadouros — incluindo a queda do frigorífico Frisacre, o primeiro do Acre, que ele reconheceu ter “quebrado” por falta de experiência na gestão de negócios de grande escala e dificuldades do mercado.
Ao contar sua transição de pequenos negócios para operações de abate maiores, Betão foi francês sobre o revés: “Eu cheguei a quebrar a Frisacre. Na época, eu não tinha a experiência necessária para gerir um negócio daquela magnitude e as circunstâncias do mercado não ajudaram”, admitiu na ocasião.
Para ele, entretanto, a crise foi um divisor de águas: não o fim da carreira, mas uma lição de resiliência e reinvenção. Após os momentos críticos, Betão reorganizou suas atividades e focou naquilo que era sua paixão e especialidade: a criação de gado e o fortalecimento do agronegócio acreano.
Hoje, o Frisacre superou os tempos difíceis e se consolidou como um pilar da economia local. Sob o comando do empresário Murilo Leite, a unidade industrial é certificada para exportar carne bovina do Acre para o mercado internacional.
Betão faleceu na UTI do Hospital Santa Juliana por volta das 19h do domingo. Ele deixa a esposa Maria Cleildes Lima de Morais, três filhos, nove netos e duas bisnetas. Seu corpo chegou ao Ginásio do Sesc Bosque em Rio Branco às 5h12 desta segunda-feira (29); após um período reservado a familiares próximos, o velório foi aberto ao público às 8h para que amigos, admiradores e figuras do setor produtivo prestem suas últimas homenagens.








