RIO BRANCO
Calor extremo no Acre ameça à população e o meio ambiente
No estado do Acre, as altas temperaturas têm se intensificado, trazendo consequências preocupantes. Mesmo com as chuvas irregulares que começaram a cair, a seca prolongada causada pelo fenômeno climático “El Niño” tem afetado a população de forma alarmante. Além do calor intenso, há escassez de água tratada em alguns municípios e prejuízos ao setor produtivo.
Municípios como Epitaciolândia, Xapuri e Tarauacá enfrentam dificuldades no fornecimento de água potável. A situação chegou a ser tão grave que o município de Epitaciolândia decretou estado de calamidade pública. Os produtores agrícolas e pecuários também sofrem com as condições climáticas excepcionais. O calor afeta a criação de peixes, uma fonte complementar de renda, e até mesmo causou a morte de rebanhos de galinhas.
Infelizmente, essa situação vivenciada pelos acreanos é apenas uma amostra do que está por vir com as mudanças climáticas. Um estudo realizado por cientistas de todo o mundo alerta que o número de mortes causadas pelo calor extremo pode aumentar cerca de cinco vezes até 2050. O relatório Lancet Countdown destaca que o uso contínuo de combustíveis fósseis ameaça gravemente a saúde humana.
Além das mortes por calor, secas mais frequentes colocarão milhões de pessoas em risco de fome, doenças infecciosas se espalharão através dos mosquitos e os sistemas de saúde enfrentarão desafios sem precedentes. Essa avaliação alarmante surge em um momento em que estamos vivendo o ano mais quente da história da humanidade e se aproxima a COP28, em Dubai, onde especialistas discutirão o impacto do aquecimento global na saúde.
Apesar dos apelos por ação global, as emissões de carbono continuam aumentando. O relatório destaca os enormes subsídios governamentais e investimentos em combustíveis fósseis, evidenciando a necessidade urgente de mudanças para combater as mudanças climáticas.