RIO BRANCO
Caso Yara: Bebê pode ter sido entregue com consentimento da mãe

Quase quatro meses após o trágico assassinato de Yara Paulino, em Rio Branco (AC), o mistério que envolve o desaparecimento de sua filha, a bebê Cristina Maria, aprofunda-se. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a possibilidade de que a criança tenha sido entregue informalmente a terceiros, com o consentimento da própria mãe. Essa nova linha de investigação, revelada pelo delegado Alcino Júnior, aponta para um cenário complexo, onde a vulnerabilidade social e o uso de drogas por Yara podem ter contribuído para um acordo informal de entrega da bebê.
O delegado explica a existência de uma prática, infelizmente não incomum, onde pais em situação de vulnerabilidade social buscam entregar seus filhos a terceiros, seja por doação informal ou por interesses financeiros. A hipótese levantada pela DHPP sugere que Yara, possivelmente, teria desistido desse acordo, o que poderia ter desencadeado um conflito fatal, culminando em seu brutal assassinato. A investigação, portanto, considera a possibilidade de uma combinação de subtração de incapaz com um consentimento prévio, que posteriormente foi revogado.
As buscas pela bebê Cristina Maria têm sido intensificadas pela Polícia Civil, com diligências em diversos municípios do Acre, incluindo Xapuri e Porto Acre, após denúncias de avistamentos de crianças com características semelhantes. Apesar das buscas, nenhuma dessas denúncias se confirmou. A principal dificuldade, segundo o delegado, reside na escassez de informações e na impossibilidade de saber como a criança se encontra atualmente, dada a falta de atualizações sobre sua aparência.
O caso permanece em aberto, e a DHPP apela à população para que qualquer informação, por menor que pareça, seja repassada à Delegacia de Homicídios ou pelo Disque Denúncia 181. A única imagem disponível da bebê, uma foto antiga, dificulta ainda mais as buscas. A resolução deste caso requer a colaboração da comunidade para que Cristina Maria possa ser encontrada e resgatada. A falta de informações precisas sobre a criança e as circunstâncias da possível entrega tornam a investigação um desafio ainda maior para as autoridades.
