Anualmente o Acre vive extremos em eventos naturais, cheias dos rios nos primeiros meses do ano e a seca dos mananciais no terceiro trimestre são eventos naturais que afetam praticamente todos os municípios, alguns com mais severidade que outros, mas todos são preocupações para os órgãos ambientais.
Este ano, o Rio Acre, por exemplo, que atravessa o estado, chegou muito perto de atingir o seu pior nível gerando sérias crises no abastecimento de água potável na Capital e esta semana atingiu o menor índice pluviométrico registrado nos últimos 91 anos, segundo dados da Defesa Civil Municipal e a previsão para o mês de outubro não é animadora. Segundo o coordenador do órgão, major Claudio Falcão, o período de estiagem só deve acabar em novembro.
Segundo o doutor em recursos hídricos e professor da Universidade Federal do Acre no Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, Genivaldo Moreira, é urgente que haja um esforço do poder público para solucionar.
“Desde 1967 se capta água do Rio Acre para abastecimento de Rio Branco e não há um planejamento para atenuar os impactos, é urgente que haja um esforço do poder público e da sociedade civil organizada no sentido de promover esta atenuação dos impactos de modo que acompanhe o planejamento social e econômico da cidade”, diz.
Em busca de atenuar este problema, o Centro Multidisciplinar (CMult), do campus Floresta da Universidade Federal do Acre, em Cruzeiro do Sul, está prestes a lançar o curso de Especialização em Gestão de Recursos Hídricos da Amazônia. Até março do próximo ano o edital deve ser lançado e de acordo com o doutor Genivaldo Moreira, vai ocorrer na modalidade de ensino remoto, com participação de professores da Ufac e outras instituições.
“Vamos contar com participação e ajuda de professores especialistas de todo o país e de grandes universidades com vastas experiência na área e que vão contribuir muito”, destacou Genivaldo.
A proposta de criação do curso já está em andamento, já foi aprovada no centro de Cruzeiro do Sul e encaminhada à sede em Rio Branco onde será votada pelo conselho até o final do ano. A primeira turma contará com 30 alunos e a ideia é atender primeiramente os 22 municípios do Acre, além de servidores do Estado que atuam na gestão de recursos hídricos e a partir das turmas seguintes, o curso abrirá vagas para a comunidade em geral. “O objetivo é que cada município tenha uma pessoa capaz de conduzir essas políticas de gestão de recursos hídricos e coordenar ações de combate a esses eventos extremos”, explicou o professor doutor.