RIO BRANCO
Combate à ‘Doença da Paca’: Acre intensifica ações para conter a propagação
O Acre está enfrentando um desafio preocupante com o surgimento de mais de 80 casos suspeitos de uma doença conhecida como “Doença da Paca”. Os municípios de Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima foram os mais afetados, levando o Governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), a tomar medidas imediatas para combater a propagação da doença.
A “Doença da Paca”, também conhecida como Hidatidose ou Equinococose Neotropical, é causada pelo parasita Echinococus vogeli. Esse parasita se aloja próximo ao ânus ou em outros tecidos do corpo humano, resultando em sintomas como emagrecimento, febre, náuseas, diarreia e dores abdominais, entre outros.
O médico veterinário João Nélson Morais, responsável pelo Núcleo de Zoonoses da Coordenação Regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira, explicou que a infecção em seres humanos ocorre principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes de cães. Esses cães são alimentados com vísceras cruas de pacas afetadas pela doença. Infelizmente, na região, é comum recompensar os cães de caça com esse tipo de alimento, o que acaba resultando na infecção dos animais e, consequentemente, dos seres humanos.
Diante dessa situação preocupante, o Laboratório de Parasitologia Integrativa e Paleoparasitologia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está investigando os cães suspeitos de estarem infectados. O objetivo é implantar fluxos de diagnóstico fecal canino e enviar amostras para análise. Além disso, a Fiocruz realizou capacitações para profissionais da área de saúde e educação sobre a hidatidose em setembro de 2023. Essas capacitações forneceram informações essenciais para identificar os locais de maior risco, a população afetada, o ciclo da doença, o papel dos cães nesse ciclo, o número de casos e as medidas de prevenção e controle. Com base nesses conhecimentos, atividades de educação em saúde estão sendo realizadas para orientar a população.