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Crise hídrica em Rio Branco: Turbidez elevada no Rio Acre deixa moradores sem água e acende alerta ambiental

Publicado em

Foto: Whidy Melo

Rio Branco, AC – A capital acreana enfrenta uma severa crise no abastecimento de água, com moradores de diversos bairros sofrendo há mais de nove dias com a falta de regularidade no fornecimento. A Estação de Tratamento de Água (ETA) 2, localizada no bairro Sobral, tem sido o epicentro do problema, que se agrava anualmente devido à alta turbidez da água do Rio Acre.

O fenômeno, intensificado neste mês pelas fortes chuvas, causa um acúmulo de barro e detritos no leito do rio, elevando drasticamente os níveis de turbidez. O diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, explicou que o sistema de tratamento não foi projetado para lidar com água nessas condições extremas.

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“Rio Branco enfrenta essa situação todos os anos por estar em um rio amazônico. Infelizmente, não passamos por isso nos últimos tempos. A turbidez está acima de 1.000 há nove dias, chegando a ultrapassar 2.000 em alguns momentos. Nossas ETAs não foram projetadas para tratar lama, mas sim água”, afirmou Enoque Pereira.

Para garantir a qualidade da água distribuída à população, as ETAs 1 e 2 reduziram a vazão. A medida, embora necessária, impactou o abastecimento na cidade. “Produzimos 1.600 litros por segundo normalmente, mas agora não conseguimos manter esse volume para evitar que a água chegue suja às casas. Essa redução afeta a cidade, e já são nove dias nessa situação”, explicou o diretor-presidente do Saerb.

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Enoque Pereira também alertou para o alto índice de desperdício de água em Rio Branco, que chega a quase 50%. “Produzimos água para consumo e para desperdício. Se tivéssemos uma política individual de bom uso, economizaríamos 300 litros por segundo e atenderíamos toda a população”, completou.

Apesar das dificuldades, o Saerb acredita que a situação deve começar a se normalizar nos próximos dias, com a estabilização do tempo. “Eu sei que vai firmar o tempo e a comunidade voltará a receber água. Lamento muito, mas dependemos da natureza. Isso acontece todos os anos, e às vezes se resolve em três dias, mas desta vez já são nove”, disse o diretor.

Alguns bairros são mais afetados do que outros, dependendo exclusivamente de uma estação de tratamento. Em algumas áreas, o abastecimento foi reduzido de 24 para 16 horas para compensar outras regiões.

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O Tenente-Coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil Municipal, ressaltou que o desmatamento das matas ciliares é um fator crucial para a crise hídrica. “A oscilação frequente no nível do Rio Acre faz com que os sedimentos das laterais acabem indo para dentro da água, tornando-a mais turva”, afirmou.

Falcão alertou para a gravidade da situação ambiental ao longo do curso do Rio Acre, que nasce no Peru e percorre mais de 1.190 quilômetros até o Brasil. “As consequências que estão acontecendo com o Rio Acre ao longo da sua extensão são bastante graves. É preciso agir agora para reduzir todos esses impactos dentro do rio”, finalizou.

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A crise hídrica em Rio Branco serve como um alerta para a necessidade de ações urgentes em relação à preservação ambiental e ao uso consciente da água.

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