RIO BRANCO
Defesa Civil Alerta: Rio Acre pode transbordar no início de 2026 devido ao La Niña

Rio Branco, AC – A Defesa Civil de Rio Branco emitiu um alerta preocupante sobre o possível transbordamento do Rio Acre nos primeiros meses de 2026. O coordenador do órgão, Tenente-Coronel Cláudio Falcão, em entrevista, destacou que o fenômeno La Niña, com sua influência sobre o regime de chuvas na região, é o principal fator de risco.
Nas últimas 36 horas, o nível do rio tem se aproximado rapidamente da cota de alerta. Na aferição da última segunda-feira (8), foi registrado um aumento de 1,35 metro em apenas 24 horas, elevando o nível para 9,37 metros. A cota de alerta é de 13,50 metros.
Segundo Falcão, o padrão climático atual favorece chuvas acima da média na Amazônia Ocidental, o que já se reflete nos volumes registrados em Rio Branco e na bacia do Rio Acre. “Em outubro, tivemos 36% a mais de chuvas em Rio Branco. Novembro apresentou déficit na capital, mas na bacia como um todo, as chuvas ficaram acima da média, o que realmente nos preocupa”, explicou.
O nível atual do rio é o terceiro maior dos últimos 11 anos para este período, um comportamento que, segundo a Defesa Civil, costuma anteceder transbordamentos nos primeiros meses do ano seguinte. “Com base nos anos anteriores, isso indica que podemos chegar a um transbordamento entre 15 e 16 metros. Se não ultrapassar 16 metros, é considerada uma enchente média. Acima disso, já é classificada como grande enchente”, afirmou Falcão.
O coordenador da Defesa Civil lembrou que o cenário atual se assemelha ao observado no final de 2021, quando Rio Branco enfrentou uma enchente de porte médio em 2022, com o rio atingindo 15,01 metros.
Apesar do risco de transbordamento, Falcão explicou que níveis mais altos do rio já no fim do ano costumam estar associados a enchentes menos severas no início do ano seguinte – sem, contudo, eliminar o risco.
A Defesa Civil segue monitorando o comportamento do Rio Acre e a evolução das chuvas na bacia, mantendo o estado de atenção para os próximos meses. A população ribeirinha deve estar atenta aos alertas e seguir as orientações do órgão para evitar maiores transtornos.








