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Denuncia de policiais penais afirma que segurança pública já sabia do plano de fuga dos detentos da Antônio Amaro no Acre

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Depois de presos fazerem rebelião no único presídio de segurança máxima do Acre, Antônio Amaro Alves, os policiais penais denunciaram que a inteligência da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) tinha tido acesso a áudios e outros materiais que mostravam o plano de uma possível tentativa de fuga no presídio, porém, ignorou as informações e os pedidos.

O grupo prefere não se identificar, por medo de represálias, mas, segundo alegações desses servidores, havia material mostrando que um dos grupos criminosos estava tentando uma fuga em massa. Além disso, os servidores falam de outros pontos, como, por exemplo, a sala de armas onde os presos tiveram acesso até a fuzis. Segundo a denúncia, vários policiais penais teriam alertado e até pedido a retirada de armas do local, o que não foi feito. Os presos tiveram acesso a 15 armas no dia da rebelião.

De acordo com as informações, as chapas de ferro também foram serradas, o que não teria como ser feito apenas em um dia. Segundo os denunciantes, os presos agiam há mais tempo comprometendo a estrutura, o que apontaria uma falha na segurança e vistoria dentro da unidade.

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Outro ponto é que as lâmpadas que haviam queimado naquele pavilhão não foram trocadas, dificultando, inclusive a visibilidade do vídeo que mostra o início da ação dos presos.

“A Segurança já sabia, já tinham interceptado áudios que apontavam para essa tentativa de fuga. Além disso, os policiais escreviam relatórios pedindo a retirada do paiol de dentro do presídio, porque era um risco permanente”, aponta a denúncia.

Na ação, um policial penal foi ferido no olho e um segundo foi mantido refém por 24 horas. Cinco presos foram mortos e, destes, três foram decapitados. A Sejusp trata o caso como uma tentativa de fuga com tomada de reféns. Porém, foi levantada a hipótese de uma facção ter arquitetado a rebelião para matar membros de um grupo rival.

O que diz a Sejusp

O delegado Marcos Frank, diretor operacional da Sejusp, disse não ter conhecimento das alegações. Apenas reforçou que há dois inquéritos abertos investigando o que houve.

“Há dois inquéritos sob presidência da Polícia Civil e as investigações ficam a cargo da Polícia Judiciária. Não temos conhecimento de nenhum tipo de denúncia nesse sentido. Existe uma investigação capitaneada pela Polícia Civil e deve chegar a um deslinde em um futuro bem próximo”, disse.

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A assessoria da Sejusp informou que todo o relatório de inteligência produzido é uma compilação de todos os informes de várias e diversas fontes. Destacou ainda que não tem informações sobre o pedido de retirada de armas.

“Que se constituem: da coleta, análise e interpretação de dados, nominado ‘produção de conhecimento’. A partir daí é feito o documento chamado: relatório de inteligência, no qual é repassado para todos os núcleos, diretorias e unidades das forças de Segurança Pública que compõem ao Sistema Integrado. As instituições de posse dessas informações tomam as medidas que acharem pertinentes para resolver os problemas e contrapor qualquer ato criminoso”, diz à nota assinada pelo secretário da Sejusp, Américo Gaia.

Ele destaca ainda que qualquer informação obtida pela diretoria de Inteligência da Sejusp é repassada aos órgãos do Sistema Integrado de Segurança Pública.

“Quanto às ocorrências ou problemas estruturais ou administrativos, é de responsabilidade de cada instituição, não chega até a Sejusp essas informações, uma lâmpada queimada é resolvida pela administração do Iapen. Medidas administrativas são de cunho da própria instituição”, disse.

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