“O assunto é muito delicado porque quando você fala de água, a população não quer saber quem administra, quer saber se tem água de qualidade. Se falar aqui que não houve falha de planejamento seria besteira da minha parte, nestes 30 dias o que eu mais encontrei foi isso”, disse.
Para ele ocorreu um grande distanciamento entre Saerb e Depasa ao longo do processo: “Não estou aqui apontando culpados, até porquê, quem casa com a viúva assume os filhos e o objetivo agora é olhar para o futuro e arrumar soluções”, destacou.
“Não pode haver uma ruptura, é preciso fazer uma gestão compartilhada ou o sistema entra em colapso”, disse Edvaldo, explicando que essa gestão compartilhada já deveria estar acontecendo, inclusive porquê o órgão não tem como se abastecer de insumos químicos, pois não pode fazer licitações.
Sobre os servidores do Depasa que têm contrato provisório e temem perder os empregos, ele diz que busca uma saída jurídica para que ninguém seja prejudicado. “Não tem como fazer uma transferência destas pessoas do Depasa para o Saerb, tem que se encerrar o contrato lá e, nós estamos contratando uma empresa de prestação de serviço que fará a contratação dos profissionais que precisamos, nós não podemos indicar, mas certamente essas pessoas passarão por esse processo seletivo com uma grande vantagem pois tem experiência e é uma mão de obra que se especializou ao longo do tempo”, explicou.
Ainda segundo ele, há uma luta para que os contratos destes servidores que estão na Casa sejam prorrogados. “Temos que buscar soluções, inclusive jurídica”, asseverou.
Apesar dos problemas encontrados pelo novo gestor, ele afirma que a reversão vai ocorrer em 1 de janeiro e nega que haja intenção da prefeitura de privatizar o sistema. “Ele não fala em privatização, eu posso afirmar que em momento algum o prefeito me chamou para dizer que quer privatizar, pelo contrário”.
Fortes disse que uma reunião ocorrerá na próxima sexta-feira (3) para alinhamento e “vai ter que ter uma decisão”.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) disse que a fala do gestor causa grandes preocupações, principalmente pela situação dos trabalhadores e ainda pelo fato de o Saerb não ter condições de licitar produtos químicos.
“A questão central é: o que vão fazer com os trabalhadores? Pouco se discute o que vão fazer com as pessoas, a maioria dela a vida toda dedicada ao sistema. O presidente do Saerb tem 30 dias olhando para o problema, mais 30 dias para resolver o problema, porque dia 1º de janeiro não pode ter mais o problema. É gravíssimo a situação, que certamente, deveria estar no radar a mudança da transição. Botem nas agendas, em 30 dias não vai resolver essa situação”, afirmou.