RIO BRANCO
“Em briga de marido e mulher tem que meter a colher”, diz juíz ao condenar feminicida no Acre
Na tarde desta quinta-feira (16), antes de ler a sentença de Hitalo Marinho Gouveia, condenado por assassinar a esposa, o juíz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Alesson Braz, diz que “em briga de marido e mulher tem que meter a colher”.
O Júri Popular decidiu a sentença de Hitalo. Na ocasião, o juiz Alesson leu a resolução que informa a pena de 31 anos de prisão em regime fechado. Sua condenação teve agravantes e excedeu a pena máxima por homicídio, já que o crime foi praticado em frente ao filho do casal.
“Adriana se cansou, deu um basta, mas o réu não aceitou, afinal de contas, aquele ciclo se repetia. Ele percebeu que naquele momento, sua lábia não ia mais funcionar e sentiu que ali havia acabado. Não aceitou ser descartado, foi lá e deu as facadas”, disse Manuela Canuto, promotora do Ministério Público, durante sua argumentação no julgamento.
Antes de ler a sentença, o juiz destacou os meios de denúncia de violência contra mulher e falou da importância do enfrentamento coletivo do feminicídio. “Não é possível fazer muita coisa sem a ajuda da sociedade, então, briga de marido e mulher têm que meter a colher, tem que falar, pra evitar que esses casos terminem chegando aqui”, ressaltou Alesson Braz.
Em seu discurso, ele também pediu que a imprensa reforçasse os canais de denúncia, mencionando-os para manter a população informada.
O juíz salientou que o número 180 é a Central de Atendimento a Mulher. A ligação é gratuita e a denúncia pode ser feita de modo anônimo. Além desse número, também é possível entrar em contato com o 190, acionando a Polícia Militar.