Estudantes e Movimentos Sociais protestam por melhorias urgentes no transporte coletivo de Rio Branco

Rio Branco, AC – Na manhã desta segunda-feira (20), estudantes universitários e representantes de movimentos sociais se reuniram no Terminal Urbano de Rio Branco para expressar sua indignação com as precárias condições do transporte coletivo na capital. Apesar de uma decisão judicial ter impedido o bloqueio completo do local, a manifestação ocorreu de forma pacífica e carregada de reivindicações.

Eduarda, estudante de Nutrição da Universidade Federal do Acre (Ufac), destacou a urgência de melhorias no sistema. “Não era nossa intenção fechar o Terminal, mas sim manifestar a necessidade de um transporte público de qualidade em Rio Branco. Os ônibus quebram constantemente, não oferecem acessibilidade para pessoas com deficiência e as plataformas não funcionam corretamente. Muitos alunos precisam esperar horas nos pontos de ônibus, e quando conseguem embarcar, o veículo quebra em poucas paradas”, relatou.

A estudante também enfatizou a falta de licitação regular para o serviço e o descaso com a segurança dos usuários. “Buscamos melhorias e uma licitação transparente, pois o processo de contratação está parado há anos. O edital emergencial, que poderia ser prorrogado por apenas seis meses, já se estendeu por anos sem que uma nova empresa fosse contratada. Com a quebra dos ônibus à noite, as mulheres ficam expostas à insegurança, sem garantia de quando chegarão em casa, pois os horários não são cumpridos corretamente. Os veículos não têm estrutura para transportar as pessoas com qualidade, e essa é a nossa principal reivindicação”, completou.

Eduarda ressaltou que diversos grupos políticos e sociais se uniram à mobilização, cada um trazendo suas próprias pautas. “Vários grupos políticos participam, como o JS, o JPT, o JC, todos unidos em prol da melhoria do transporte público. Cada grupo trouxe suas pautas específicas, mas o objetivo principal é a melhoria do transporte público e a licitação para contratar uma empresa que forneça veículos adequados”, declarou.

O vereador do Partido dos Trabalhadores, André Kamai, também marcou presença no protesto e criticou a atual gestão da empresa Ricco Transporte, responsável pelo sistema na capital. “Essa empresa opera de forma ilegal desde os primeiros seis meses de contrato, pois o contrato emergencial só pode durar seis meses. Já foi renovado mais de cinco vezes, e o prefeito sequer iniciou o processo de licitação. É inadmissível que uma gestão inteira não consiga publicar um edital de licitação em quase quatro anos”, afirmou.

Kamai ressaltou que o movimento cobra regularização e transparência no sistema, além de tarifas mais justas. “Reivindicamos que a prefeitura de Rio Branco regularize a situação do transporte coletivo para que possamos acompanhar o contrato, ter uma tarifa justa e um serviço compatível com o valor pago. A tarifa completa, somando o que o passageiro paga e o que a prefeitura subsidia, é de R$ 7,20, um valor incompatível com a realidade do serviço prestado. É um dos transportes mais caros do Brasil”, criticou.

Segundo o vereador, a luta dos estudantes e trabalhadores é por um transporte mais acessível e eficiente. “Lutamos por um transporte melhor e mais barato, e quem sabe, um dia, chegaremos à tarifa zero. Não podemos aceitar que os trabalhadores esperem 3, 4 horas em um ponto de ônibus sem abrigo, com veículos sucateados que quebram no meio do caminho. Queremos demarcar a insatisfação dos estudantes e trabalhadores com o serviço oferecido pela prefeitura e pela Ricco”, finalizou.

Apesar da ordem judicial, os manifestantes seguiram com o protesto de forma pacífica, entrando no terminal e exibindo faixas com palavras de ordem, exigindo melhorias imediatas no transporte público da capital acreana.