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RIO BRANCO

Fantástico exibe escola do Acre em situação precária

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A reportagem do Fantástico exibida em 08 de junho de 2025 expôs a dura realidade da Escola Estadual Rural Limoeiro, em Bujari (AC), um retrato chocante da desigualdade educacional no Brasil. Imagens impactantes mostraram alunos estudando em um antigo curral, sem paredes, piso, água encanada e com baratas na geladeira da merenda. A situação, longe de ser excepcional, levanta sérias questões sobre o investimento e o planejamento das políticas públicas voltadas para a educação no campo.

Para alunos como Janaína Costa e Thiago de Andrade, ambos com 16 anos, o percurso até a “escola” já é um desafio. Janaína cavalga por uma hora, enquanto Thiago descreve a sala de aula improvisada como um local exposto ao sol escaldante, sem piso, apenas terra batida que se transforma em lama com a chuva. A professora Graciele Amorim, que trabalha em dois turnos, assume também a responsabilidade pela merenda, utilizando água emprestada de um vizinho, enquanto a aluna Kayanny, de 13 anos, divide seu tempo entre os estudos e as tarefas domésticas de lavar louça e limpar o local. O sonho de Kayanny em se tornar veterinária contrasta duramente com a realidade precária em que vive e estuda.

A justificativa do governo do Acre, que promete uma nova unidade escolar em 40 dias, soa vazia diante da escola oficial, localizada mais adiante, abandonada e tomada pelo mato, com livros sujos, banheiros interditados e um ninho de marimbondos no chuveiro. A coordenadora da rede, Rocilda Gomes, esposa do prefeito de Bujari, afirma que foi contra a reabertura do anexo improvisado, mas que os pais optaram por manter as aulas devido à falta de alternativas. A contradição é evidente: o calendário escolar precisa ser cumprido, mesmo em condições insalubres, enquanto a solução prometida ainda está a 40 dias de distância.

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A nota oficial do governo do Acre, que destaca investimentos anuais de R$ 70 milhões em educação e a construção de novas unidades, não consegue apagar a imagem da vergonha exposta pelo Fantástico. A alegação de que o custo da educação no campo é alto não justifica a falta de infraestrutura básica em uma escola que deveria garantir o direito à educação de crianças e adolescentes. A reportagem expõe não apenas a realidade específica da Escola Limoeiro, mas também a desigualdade gritante que marca o acesso à educação em áreas rurais e de difícil acesso na Amazônia, levantando a urgente necessidade de políticas públicas mais eficazes e investimento real na educação básica. A promessa de uma nova escola em 40 dias não apaga o prejuízo irreparável causado àqueles que tiveram sua educação comprometida por anos de negligência.

CONFIRA A NOTA PÚBLICA DO GOVERNO

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE), reafirma o seu compromisso com a oferta de educação pública, gratuita e inclusiva, mesmo diante dos grandes desafios logísticos e estruturais que caracterizam a realidade amazônica.

A Escola Estadual Rural Limoeiro, localizada na zona rural de Bujari, ilustra de forma transparente as dificuldades enfrentadas diariamente para garantir o direito à educação em áreas de difícil acesso. Atendendo diretamente à solicitação da própria comunidade, o anexo da escola foi implantado com o objetivo de assegurar que crianças e adolescentes permanecessem próximos de suas famílias, mesmo em localidades isoladas, onde o transporte até a escola sede representaria um risco e uma distância excessiva.

Apesar das limitações físicas do anexo, que funciona em estrutura provisória e com esforço coletivo da comunidade, o Estado assegurou desde o início a presença de professores, materiais didáticos e merenda escolar. Paralelamente, o governo do Estado e a prefeitura de Bujari firmaram cooperação para a construção de uma nova unidade escolar, já em fase final de obras, com previsão de entrega em 40 dias.

É importante destacar que essa realidade não é exclusiva do Acre, mas reflete os enormes desafios da educação em toda a Amazônia Legal, onde centenas de escolas atendem populações indígenas, ribeirinhas e rurais. Atualmente, o Estado mantém em funcionamento 420 escolas do campo e indígenas, que atendem aproximadamente 17% dos estudantes da rede pública estadual.
Mesmo diante das dificuldades orçamentárias e da arrecadação limitada, o governo estadual investe anualmente cerca de R$ 70 milhões em construção e manutenção escolar. Só em 2024, o Estado já concluiu 17 novas unidades e mantém dezenas de outras em fase de construção ou contratação.

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A educação do campo é uma prioridade permanente, e o governo do Acre segue trabalhando, passo a passo, para reduzir desigualdades históricas e garantir, cada vez mais, a presença do professor, da merenda escolar e das estruturas físicas adequadas, respeitando os limites orçamentários e a complexidade logística da Amazônia.

Rio Branco, Acre, 09 de junho de 2025.

Aberson Carvalho de Sousa

Secretário de Estado de Educação e Cultura do Acre

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