RIO BRANCO
Fila de espera de crianças com deficiência para tratamento no CER ultrapassa 2 mil
O Centro Especializado em Reabilitação do Acre (CER) é um hospital público voltado para o atendimento especializado de pessoas com deficiência que necessitam de reabilitação, com o objetivo de desenvolver seu potencial físico e psicossocial. São atendidos mensalmente, quase mil crianças, que passam por consultas especializadas e reabilitação.
Atualmente, o CER conta com fonoaudiólogos, terapeutas, nutricionistas, psicólogos e dentre outros. Um dos grandes problemas enfrentados pela instituição tem sido a fila de espera, que já chega a mais de dois mil, fato que só acontece por conta da falta de profissionais e de recursos pedagógicos.
Segundo a gerente de assistência à saúde do Centro, Cíntia Brasil, a falta de recursos impede que o hospital consiga atender um maior número de crianças.
“A nossa demanda é alta. Os pacientes com deficiência intelectual, física e motora tem aumentado cada vez mais, então a lista de espera aumentou muito. Faltam recursos, tanto físicos quando humanos, toda essa parte precisamos ampliar”, conta.
Cíntia Brasil diz que um dos grandes problemas do Centro é a falta de terapeutas ocupacionais, profissional que atua, principalmente, no desenvolvimento cognitivo das crianças com deficiência.
“Um dos problemas graves que tem, não só aqui, como em outras clínicas particulares, é a falta de terapeuta a ocupacional. Hoje temos uma deficiência muito grande em relação ao acesso a esses profissionais. É muito grande a demanda por esse profissional, então a gente não está tendo.”
A gerente explica ainda, que o Centro necessita de materiais para atuar no tratamento dos pacientes. “Aqui no CER precisamos de recursos lúdicos e materiais pedagógicos, que é algo bem difícil na saúde. Acredito que a Saúde do Estado nem consegue, então precisamos muito conseguir recursos para está aplicando no dia a dia com essas crianças”, explica.
Em busca de visibilidade
Cíntia Brasil diz que, apesar do importante trabalho realizado pelo CER, a unidade não é muito conhecida, e pede que os senadores e deputados federais tenham um olhar mais sensível com a situação.
“Falta um olhar de reconhecimento. É uma área que está crescendo, está em evidência agora. Estamos, inclusive, no mês de conscientização do autismo, que é um dos casos que mais atendemos aqui. Precisamos divulgar o CER, participamos de algumas ações, mas não é conhecido”, ressalta.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, que assumiu a Sesacre recentemente, tem acompanhado de perto os trabalhos do Centro, e se disponibilizou a apoiar os trabalhos da unidade por meio da Sesacre.
“O secretário é muito envolvido com a causa e se dispôs a ajudar em tudo que for possível. Nós estamos tendo o importante apoio da Sesacre. E nós temos uma pessoa na coordenação da pasta de Pessoa com Deficiência que está muito comprometida, que é a fonoaudióloga Soron Steiner.