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Mal-entendido faz mãe pensar que filho estava sendo excluído das atividades da escola e gestora quer que ela entenda pedido de desculpas nas entrelinhas

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Uma denúncia de uma possível exclusão de uma criança autista matriculada na escola Lupicínio Alexandre Nunes, localizada no município de Senador Guiomard, interior do Acre, chegou até a redação do Na Hora da Notícia.

A reportagem conversou com a mãe da criança, Franciete Vicente Silva, que relatou ter ido matricular o filho na unidade e que foi informada que não teria mediador no momento, ela então sugeriu que chamassem a mediadora que o acompanhou no ano anterior e a gestão ficou de verificar a possibilidade de uma possível ‘dobra’.

“Fique sabendo que não era possível chamar a outra mediadora então fiquei no aguardo que a secretaria enviasse uma. Acontece que, as semanas foram passando e eu sempre ia lá [na escola] para saber como estava o andamento, pois até então fui informada que sem mediadora a criança não podia frequentar as aulas. Fiquei sabendo de um arraial que aconteceu na escola e estranhei não ter visto nada no grupo da escola e quando fui olhar percebi que meu contato havia sido removido”, disse a mãe.

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Imaginando que a remoção tenha sido pela condição do filho, Franciete foi na escola e perguntou o motivo. Ela foi adicionada no grupo e a professora mandou uma mensagem em seu privado que ela achou grosseira, já que ela informou ser um equívoco, mas em nenhum momento se desculpou pelo ocorrido.

“Bom dia! Ontem minha coordenadora me procurou e me repassou sobre sua reclamação. Vou lhe falar o mesmo q falei pra ela, houve um mal entendido qt o fato d ter removido vc do grupo dos pais. Alguns alunos da sala saiu da escola e outro era desistente o Fernando e na hr d remover acabei removendo vc sem perceber. Em momento algum exclui seu filho ou vc, tenho mais d 20 anos d profissão e jamais tive preconceito c qualquer criança seja ela qual for, sei dos desafios da minha profissão e se eu n gostasse ja teria procurado outra coisa p fz, mas jamais maltratar ou descriminar alguém. Cm disse houve um equívoco da minha parte mas so peço q qd quiser conversar, reclamar d algo me procure estou na escola p atender e conversar, pois quem esta na sala sou eu e se tivesse me procurado eu mesma teria visto q tinha cometido um erro e teria corrigido na hr, sem maiores problemas.
Grata! (SIC)”.

Sentindo-se ofendida na forma em que foi abordada pela professora, a mãe disse que o filho não iria para sua sala, que seria bom parar com a conversa que seus anos de profissão não a tornava melhor que a criança, que ela havia achado que a educadora agiu com preconceito e pediu que a mesma não mandasse mais mensagem.

A reportagem procurou gestora da unidade escolar, Adna Lopes, que informou que “em nenhum momento a criança foi excluída, ela está matriculada na escola, mas, no entanto, nunca chegou a frequentar por falta de mediador já que possui algumas habilidades específicas, e a mãe da criança também queria uma mediadora específica do município, mas que no momento era inviável sua contratação pela Semed [Secretaria Municipal de Educação] e, quando foi possível fazer sua contratação, a mesma não quis. A Semed ficou de enviar a mediadora, assim que o resultado do processo seletivo saísse e fosse feita a convocação, então a criança continua aguardando”.

Além disso, ela ressaltou ainda que equívoco do fato ocorreu quando recentemente a professora procurou a coordenação da escola e disse que iria remover alguns números de pais que ainda estavam em seu grupo, mas que já tinham ido buscar transferências por motivos maiores, a coordenadora então autorizou e acidentalmente a professora removeu o número da mãe da criança autista.
Quando questionada pelo fato de a professora não pedir desculpas para a mãe, Adna respondeu que ligou para mãe e, simplesmente, ela não deixou esses se explicarem e que entende de sua maneira. Ressaltou ainda que a mesma foi adicionada novamente assim que a professora percebeu o que tinha feito.

“Ela tentou sim se explicar alegando o que relatei, o pedido de desculpas está na forma quando ela diz que jamais teve a intenção de remover o número da mãe da criança. Me desculpe se não houve a intenção, mas nas entrelinhas como expõe pra mim fica claro”, respondeu.

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A gestora disse ainda que nunca deixaram de compreender a mãe, que foi feita a busca por mediador e que foram enviados ofícios à secretaria solicitando o pedido. Frisou novamente que a mãe queria uma mediadora do município, que teria uma afinidade maior com a criança, o que é compreensível por parte da mãe que quer o melhor para o filho, mas há hierarquias a ser respeitadas e então não foi possível a contratação pela secretaria.

Quando perguntada se a escola possui mediadores para outras crianças e Atendimento Educacional Especializado (AEE), Adna pediu para a reportagem ir a Semed, afinal seria o órgão responsável. Ao questionar se ela como gestora da unidade escolar não poderia informar ela respondeu: “Posso, mas o órgão mais apropriado para lhe informar é a Semed”.

Conforme pedido pela gestora a reportagem buscou a assessoria da prefeitura de Senador Guiomard, que enviou um áudio do secretário de educação do município, Zezinho Martins, que disse que “a partir do momento que a secretaria teve conhecimento da situação, procuramos entrar em contato com a gestora da escola para entender o que ela está fazendo e como a Semed e a prefeitura podem fazer para resolver a questão da forma mais breve possível, para identificar se houve uma falha nossa e como podemos resolver. Na verdade, a criança não pode ser penalizada, pois é um direito garantido, inclusive, estamos com processo seletivo para o chamamento de mediadores e assistentes educacionais para solucionar esse déficit que se encontra hoje em todo estado para essas crianças que têm atendimento especializado.

A reportagem também teve acesso a publicação da gestora nas redes sociais, onde não somente a mãe da criança se manifestou, como outras mães de alunos da referida escola.

Prints da publicação

Vale ressaltar que a escola, de acordo com Helena Pereira, que atua na equipe do ensino da Semed, possui três mediadores e nenhum AEE.

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