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Militares do Acre questionam investimento em câmeras em fardas em vez de melhorias na carreira

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A Associação dos Militares do Acre (AME/AC) emitiu uma declaração oficial manifestando sua oposição à proposta de implantação de câmeras nas fardas de policiais militares, como previsto no Plano Estadual de Segurança Pública. Em sua nota, a AME/AC questiona a decisão do governo em investir quase 40 milhões de reais nesse sistema de vigilância, levantando a questão de por que o estado está disposto a gastar essa quantia para vigiar os policiais, em vez de direcionar recursos para melhorar as condições de trabalho, salários e carreiras dos profissionais da segurança pública.

Os militares expressam sua preocupação com o fato de que, em um estado com escassez de recursos para diversas necessidades, haja interesse em destinar uma quantia significativa para a implementação de câmeras corporais com o propósito explicito de vigiar os policiais no exercício de suas funções. A associação ressalta a necessidade urgente de investimentos na infraestrutura dos prédios da segurança pública, especialmente nos quartéis do interior, e questiona por que esses recursos não são direcionados para reformas estruturais ou equipamentos que proporcionem melhores condições operacionais aos militares.

A AME/AC também levanta a questão do realinhamento remuneratório prometido durante a campanha eleitoral de 2018 e sugere que esses recursos poderiam ser utilizados para cumprir essa promessa ou para motivar os militares por meio de uma carreira digna. Em resposta, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) esclareceu que os recursos provêm do governo federal e estão alinhados com o Plano Nacional de Segurança Pública, não sendo uma decisão exclusiva do Executivo estadual.

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A Sejusp informou que o Plano Estadual contempla ações para realizar estudos sobre a transmissão e armazenamento dos dados provenientes das câmeras corporais, e que uma proposta nesse sentido já foi encaminhada ao Ministério da Justiça. Atualmente, aguarda-se a transferência de recursos do fundo nacional de segurança pública para efetivar tais estudos.

Veja a nota da Associação dos Militares na íntegra:

Por que o Estado se dispõe em investir quase 40 milhões para vigiar a Polícia e quase nada para melhorar a carreira, condições de trabalho e salário dos policiais?

O Estado não se cansa de dizer que enfrenta dificuldades financeiras, tanto o Estado do Acre como a União, reclamam diuturnamente que o orçamento está apertado e a exiguidade de recursos públicos, principalmente para demandas como melhoramento de carreira e remuneração dos Servidores, e aqui, me reservo a falar do meu público, Militares Estaduais.

É com estranheza que recebemos a notícia que este Estado que falta dinheiro para tudo, agora tem interesse de gastar 40 milhões em implantação de câmeras corporais para vigiar, sim, este é o termo, os policiais no exercício de suas funções. Indo assim na contramão do que prega, deixando claro que dinheiro tem apenas para o que lhe é de interesse.

Preciso claro, ser justo, e é inegável que muitas coisas foram feitas em termo de infraestrutura nos últimos anos, apaziguando um pouco a calamitosa situação que a Segurança Pública e em especial os militares enfrentam em seu dia a dia, mas basta uma rápida visita aos quartéis, que veremos que ainda falta muito, do mobiliário, quase todos velhos, boa parte reaproveitados, à água de consumo.

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Temos quartéis com sérios problemas estruturais, temos unidades, em especial nos municípios isolados como Santa Rosa, entre outros, operando em situações de total insalubridade, funcionando na raça, coragem e amor servil e social dos militares que ali operam.

Deixo, pois, o seguinte questionamento ao Gestores do Estado, não seria mais eficiente, viável e urgente o melhoramento das condições de trabalho dos Militares? Porque não usar esses muitos milhões de reais para as reformas estruturais urgentes de nossos quartéis em especial do interior ou em equipamentos que lhes dê melhores condições operacionais? Ou ainda, melhor, quitar com estes a dívida do Realinhamento Remuneratório prometido na campanha eleitoral de 2018? Não seria melhor motivar os militares com uma carreira digna?

Aguardamos vossa resposta, que indicará qual a prioridade deste, se é investir na “vigilância” da ação policial, ou nas melhores condições para que o Policial possa atuar contra o Crime.

Afinal é na escassez que mostramos qual é nossa prioridade.

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