RIO BRANCO
MPAC investiga Polícia Civil do Acre devido à “morosidade” na investigação de crimes
Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) desta terça-feira, 1º, o deputado estadual Emerson Jarude (Novo) mencionou uma investigação do Ministério Público do Acre na Polícia Civil do Estado. Segundo Jarude, a investigação foi iniciada devido à alegada falta de cumprimento do papel da Polícia Civil, que é investigar.
O pedido de investigação foi publicado no Diário Eletrônico do MPAC, na data de 31/10, e seu motivo seria a morosidade excessiva que estaria ocorrendo dentro da instituição em relação às investigações de alguns crimes.
“Considerando as recorrentes e deliberadas alterações na estrutura organizacional da polícia judiciária, realizadas pelo delegado geral, José Henrique Maciel Ferreira, em especial na unidade atuante do combate aos crimes da ordem tributária. Considerando ainda, que as alterações vêm resultando em morosidade excessiva na condução dos cadernos policiais, bem como no deliberado enfraquecimento das estratégias de repressão aos crimes,” disse Jarude, lendo parte do documento publicado pelo Ministério Público.
Ele continuou, afirmando que “o Ministério Público resolveu investigar a Polícia Civil, isso é muito sério! Nós estamos correndo risco de termos uma crise institucional, por falta de trabalho, por falta de condições e tudo acontecendo, segundo o Ministério Público, de maneira proposital pelo delegado geral.”
Jarude enfatizou que essas palavras são do Ministério Público e não de sua autoria, da deputada Michelle ou de qualquer outro deputado.
A deputada Michelle Melo também comentou sobre o assunto e mostrou evidências de outra investigação do MP na PC e sua Direção.
De acordo com um documento do Diário Eletrônico do MPAC, a primeira investigação data de 20/10 e é em relação ao uso de veículos e cautelas, que teriam sido alvo de denúncias.
A segunda investigação, datada de 31/10, foi iniciada para apurar por que as investigações relacionadas à delegacia especializada de repressão a crimes fazendários e à delegacia que combate os crimes tributários estavam acontecendo com lentidão.
Michelle lamentou que, apesar de duas investigações do Ministério Público, o delegado geral tenha sido apoiado pela base do governo, e a Casa (Aleac) não tenha aprovado o requerimento para que Henrique Maciel prestasse esclarecimentos e declarações aos deputados.
O deputado Edvaldo Magalhães expressou cautela ao abordar questões delicadas como essa na Polícia Civil. No entanto, após conversar com várias pessoas na segurança pública, ele concluiu que há uma disputa acirrada na secretaria da segurança pública e que as denúncias contra o delegado geral mudaram de patamar.
“Há uma disputa feroz no interior da secretaria da segurança pública, da mesma forma como há uma disputa duríssima na secretaria de saúde,” disse Edvaldo.
Edvaldo afirmou que estranha a quantidade de notas de solidariedade emitidas em defesa do delegado geral, destacando que as denúncias contra ele mudaram de natureza.
“Eu nunca vi em 15 dias, três notas de posicionamentos do alto escalão do governo em solidariedade…, mas houve três manifestações, duas diretamente do governador e uma da vice-governadora, isso chama a atenção, isso acende alertas”, enfatizou Edvaldo Magalhães.