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“Não é tragédia individual, é estrutura de ódio”, afirma AHAC sobre morte de Moisés Alencastro

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A Associação de Homossexuais do Acre (AHAC) divulgou uma nota pública de luto e indignação após a morte de Moisés Alencastro — conhecido carinhosamente como Darling —, destacando que o caso não pode ser tratado como um episódio isolado e chamando atenção para a possibilidade de violência motivada pelo ódio.

Na manifestação, a entidade afirma que “a violência contra pessoas LGBTQIA+ não é um acaso, não é tragédia individual, mas o resultado de uma estrutura de ódio”, relacionando esse tipo de crime a outras formas de violência estrutural presentes na sociedade. A AHAC lembra que Moisés foi “amigo, companheiro de caminhada, militante histórico, produtor cultural e defensor incansável da dignidade humana”.

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“O cultura acreana e a luta pelos direitos humanos amanheceram mais silenciosas. Amanheceram feridas”, diz o texto. Ao relembrar a trajetória do ativista no movimento social, a associação destaca que ele esteve à frente de iniciativas históricas, como as Semanas Acreanas da Diversidade e as Paradas do Orgulho LGBT no Acre — “em tempos em que ser LGBT significava viver sob ameaça constante, quando o Estado não investigava crimes contra nossas vidas e quando nossas mortes eram tratadas como invisíveis”.

A entidade também critica comentários que responsabilizam Moisés por sua própria morte, ressaltando que “não se pode culpar a vítima pelo crime que a vitimou”. “Depois de tantas décadas de luta, ainda existem milhões de pessoas que insistem em responsabilizar quem morreu, como se amar fosse um erro, como se existir fosse uma provocação”, afirma o trecho.

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Outro ponto do texto reforça que “amar não é crime” e que nenhuma relação afetiva pode justificar violência. A AHAC afirma ainda que negar o preconceito é “fechar os olhos para a realidade” e que crimes contra pessoas LGBTQIA+ e mulheres “não são fatos isolados, mas expressões de uma estrutura que autoriza a desumanização”.

No encerramento, a associação presta solidariedade à família, amigos, colegas de trabalho e aos movimentos cultural e social, afirmando que Moisés “não merecia partir assim”. A nota conclui com uma mensagem de despedida: “Que tua memória seja eterna. Que tua história siga viva em nossas lutas”.

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