RIO BRANCO
Natal em Rio Branco: Comerciantes relatam baixa movimentação e apelam por ajuda

A poucos dias do Natal, o comércio no centro de Rio Branco enfrenta um cenário preocupante: a baixa movimentação de clientes. Lojistas relatam um fluxo consideravelmente menor do que em anos anteriores, expressando frustração e apelando por medidas de apoio do poder público.
Lojas de confecções, por exemplo, sentem o impacto diretamente. Carlos Monteiro, com 22 anos de experiência no ramo, descreve um dezembro “cada vez mais fraco”, contrastando com os anos anteriores onde o mês representava a principal fonte de renda para os meses seguintes, marcados por altos impostos. Apesar do pessimismo, ele mantém a esperança de um aumento nas vendas nos dias que antecedem o Natal, projetando um faturamento entre R$5 mil e R$6 mil, valor abaixo da média dos anos anteriores. Para se preparar para a época, ele investe em viagens para outros estados em busca de produtos mais competitivos.
A pesquisa da Fecomércio Acre corrobora a percepção dos comerciantes. O estudo, realizado com 201 consumidores e 108 empresários, aponta que roupas continuam sendo o presente mais procurado (45,1%), seguidas de brinquedos (19,2%) e calçados (15,6%). A maioria dos consumidores pretende gastar até R$200, priorizando pagamentos à vista.
A situação é ainda mais crítica para Marcelo Souza, comerciante há 26 anos na região central. Ele estima uma queda de 70% no movimento comercial, atribuindo a situação à falta de incentivos governamentais, ao abandono do calçadão da Padre Jago e ao aumento da população de rua e usuários de drogas na área, o que afasta os clientes. Ele critica a localização do Centro Pop, embora reconheça sua importância, argumentando que sua proximidade com o comércio contribui para o aumento de crimes e insegurança.
A vendedora Nataele Ferreira, que trabalha em uma loja de roupas íntimas no Calçadão há mais de quatro anos, reforça o cenário de vendas abaixo do esperado. A comparação com anos anteriores, onde as lojas estavam repletas de clientes e vendedores, destaca a atual estagnação.
Do lado dos consumidores, há uma mistura de expectativa e reclamação. Isabelle de Mello, por exemplo, encontrou produtos interessantes no Shopping Popular, mas se queixou dos preços elevados e da falta de descontos. Everlande Lopes, por sua vez, mantém otimismo para o Natal, mas critica os altos preços e sugere promoções semelhantes à Black Friday para impulsionar as vendas.
O cenário aponta para a necessidade de uma ação conjunta entre o poder público e o comércio local para reverter a situação. A falta de incentivos, a insegurança e os preços elevados criam um ambiente desfavorável para o comércio natalino, impactando diretamente a renda dos comerciantes e a experiência de compra dos consumidores.
