RIO BRANCO
Perigo: urbanização cresceu perto dos rios no Acre em 2,5 mil hectares
Nos últimos 37 anos, o crescimento da urbanização nas proximidades dos rios no Acre foi surpreendente. De acordo com um estudo do MapBiomas, entre 1985 e 2022, a área urbanizada aumentou entre 1.000 e 2.500 hectares nessa região. No entanto, esse avanço tem trazido consequências negativas para as comunidades locais, especialmente em relação aos desastres naturais, como as inundações. A cada 100 hectares de urbanização, cerca de 11,5 estão em áreas propensas a alagamentos no estado.
No contexto geral do Brasil, cerca de 98,8% das áreas urbanizadas estão situadas em terrenos com declividade inferior a 30%. Isso significa que o país possui aproximadamente 123 mil hectares de áreas urbanas em regiões reconhecidamente suscetíveis a inundações, deslizamentos de terra, secas e outros eventos climáticos extremos. Um levantamento recente do MapBiomas, que abrange um período de 38 anos (1985-2022), revelou uma disparidade significativa entre os números médios nacionais e os dados específicos sobre favelas. Enquanto apenas 3% da área urbana total está localizada em regiões de risco em média nacional, nas favelas esse percentual chega a alarmantes 18%.
O estudo também mostrou que o crescimento da urbanização em áreas de risco foi 2,8 vezes maior durante o período analisado, mas nas favelas esse aumento foi ainda mais expressivo, chegando a ser 3,4 vezes maior e até mesmo 5,9 vezes maior no Cerrado. Isso significa que, a cada 100 hectares de favelas que cresceram no país entre 1985 e 2022, aproximadamente 16,5 foram em áreas consideradas de risco.
Esses dados são extremamente preocupantes, pois evidenciam uma situação em que as ocupações precárias e vulneráveis a eventos climáticos extremos estão se expandindo rapidamente. Enquanto as áreas urbanas no Brasil triplicaram desde 1985, a ocupação próxima aos leitos dos rios quadruplicou e a ocupação em áreas de alta declividade quintuplicou durante o mesmo período. Diante desse cenário, é fundamental adotar medidas urgentes para promover um desenvolvimento urbano mais sustentável e seguro, visando proteger as populações locais e reduzir os impactos dos desastres naturais. Somente assim poderemos garantir um futuro mais resiliente e equitativo para todos.