RIO BRANCO
Pesquisa aponta que 60% dos trabalhadores acreanos pediram demissão espontaneamente; Migração para outros estados pode ter contribuído
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), em parceria com o Instituto Data Control, realizou, em fevereiro de 2024, uma pesquisa para avaliar o nível de emprego em Rio Branco. Dados coletados das empresas indicaram que aproximadamente 60,2% dos trabalhadores se desligaram espontaneamente, enquanto 25,2% foram demitidos sem justa causa.
Segundo Egídio Garó, assessor da presidência da Fecomércio-AC, 63,2% dos entrevistados afirmaram estar empregados no período, representando 1.461 ocupações de um total de 2.313 vagas disponíveis.
“Em comparação com novembro de 2023, quando 64,2% estavam empregados, a taxa de ocupação em Rio Branco era de 1.627 postos, maior do que o observado em fevereiro de 2024”.
O assessor disse ainda que a migração de trabalhadores rio-branquenses para outras regiões do país, especialmente para a Região Sul, tem contribuído para a redução da taxa de ocupação por desligamento espontâneo.
“Este fenômeno coloca o mercado de trabalho em Rio Branco em desvantagem em relação ao desenvolvimento, crescimento e à ampliação de postos de trabalho”.
É o caso de André Souza, 36 anos, que trabalhava no Acre de carteira assinada no setor privado e resolveu mudar para Santa Catarina juntos com a esposa e os filhos.
“A oportunidade de emprego é maior e atendimento de saúde também. Tenho um filho autista e aqui consegui terapias que nunca fui chamado pelo serviço público no Acre”.
André conta que trabalha como motorista de aplicativo e que assim sustenta sua família e paga aluguel de um apartamento.
“Já estou me preparando para tentar comprar um apartamento pra gente aqui, coisa que no Acre seria muito mais difícil. E se eu puder aconselhar quem quer sair e mudar de vida, faça, pois não vai se arrepender”, finaliza.